Plataformas mantêm economia criativa viva para empreendimentos em Salvador

Marketplaces buscam oferecer suporte

  • Foto do(a) author(a) Carmen Vasconcelos
  • Carmen Vasconcelos

Publicado em 20 de julho de 2020 às 06:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Divulgação

Responsável por empregar mais de 850 mil profissionais com carteira assinada no Brasil, a economia criativa foi um dos 10 segmentos mais afetados pela crise, segundo dados do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE). Para tentar buscar mudar essa realidade, os empreendedores estão buscando saídas como as plataformas digitais que atuam como marketplaces.

Em Salvador, iniciativas como o Coreto Criativo e o site do Mercado IAÔ estão tentando criar alternativas para esses empreendedores que ficaram muito penalizados desde o início da quarentena. A sócia e co-criadora do Coreto Criativo Lídice Berman reconhece a surpresa de todos diante do cenário da pandemia. “Temos nos reinventado, mudado algumas formas de pensar, procurando entender a necessidade das pessoas nesse momento e o que elas estão demandando de consumo. Estamos vendo, na prática, que a forma de consumo está mudando e estamos enquadrados nesse processo de transformação digital”, diz. O Mercado Iaô está buscando retomar a rede dos antigos expositores para fortalecer a nova forma de vender que chegou com a pandemia (foto: Fabiano Matias/Divulgação) Ela conta que, durante todo esse período, precisou gerar bastante conteúdo para ajudar pequenos empreendedores criativos que estavam se sentindo perdidos e paralisados com a situação. “Eu acredito que o conhecimento é o caminho para que esses empreendedores possam seguir sua caminhada. Minha dica é que esses profissionais façam muito estudo, pesquisa e imersão criativa para entender e se preparar melhor para quando acabar essa pandemia, estarmos mais fortes e conscientes de todo o processo de mudança”, completa.

Para Lídice, o ponto de virada foi que a quarentena tem possibilitado que os empreendedores escutem os clientes de forma mais atenta, buscando perceber como o público está se conectando ao produto ou serviço. “Estamos vivendo um momento onde o consumidor está repensando infinitas vezes antes de comprar qualquer coisa, valorizando muito mais o seu dinheiro. É entender de que forma podemos ajudar a transformar a vida dessas pessoas, através dos produtos que a gente produz, cria e vende”, defende.

Recriando a criação

Com um pensamento bem próximo, Jaqueline Azevedo, do Mercado Iaô, diz que o centro de Economia Criativa, Arte e Sustentabilidade vem estabelecendo novas parcerias, virtualizando algumas ações e criando estratégias para os negócios criativos, com o intuito de fomentar, divulgar e qualificar a rede de empreendedores. “Ao invés de paralisar as atividades, a equipe IAÔ decidiu investir nas seguintes ações: criar um site, ampliar e digitalizar a Rede IAÔ, que congrega centenas de empreendedores, direcionando as nossas redes sociais, além de lançamos a série IAÔ Lives, com entrevistas semanais com empreendedores, influenciadores e realizadores da área da economia criativa”, relata.

No processo de reinventar a própria atuação, o Coreto Criativo, por exemplo, vem buscando identificar marcas criativas; projetos com propósito, onde a criatividade seja a mola propulsora. “O objetivo maior é ampliar a rede cada vez mais, com profissionais criativos que fazem trabalho com música, arte, design, decoração, artesanato, gastronomia gourmet, entre outros”, diz Lídice.

Para novos empreendedores criativos se cadastrarem nas plataformas, é preciso atender a alguns procedimentos. No caso do Coreto, há um processo de curadoria, onde é preciso preencher um formulário no site para o primeiro contato. Em seguida, o interessado preenche um formulário mais específico, quando será avaliada a marca, as características, diferenciais, propósito e se atende os objetivos do projeto. “Nós temos um percentual cobrado por tudo que é vendido na plataforma, de 20%. Resumidamente, primeiro a marca faz a curadoria e depois entra no processo de módulo de vendedor da plataforma, onde o próprio expositor tem acesso a sua loja, gestão e estoque”, esclarece. Para entrar no site do Mercado Iaô, basta acessar o site www.mercadoiao.org.br, clicar em "Rede IAÔ" e efetuar a sua inscrição no botão "Faça sua inscrição".

Relato Karla Issa (@Karla_issa) Karla Issa vem apostando nas redes sociais para vender seus acessórios e os escapulários sustentáveis (foto: Arquivo Pessoal) Há mais de 20 anos, trabalho com artesanato, mais especificamente com o reaproveitamento de materiais como o couro, tecido, papel, latinhas, que são transformados em acessórios e escapulários. Nesses anos todos, minha maior plataforma de vendas sempre foram as feiras. Com a pandemia, tudo parou! Tinha uma produção enorme que era comercializada nas feiras e para algumas lojas físicas, que também fecharam suas portas. No início da quarentena, meu desânimo era tanto que não tinha nem vontade de produzir.

Minha saída foi investir pesado nas redes sociais e incrementar minhas vendas através delas. Hoje, comercializo apenas 1/3 do que vendia antes, mas não estou parada. A perspectiva do trabalho através da rede Iaô nos reascende as esperanças. O site ainda é novo e não colhemos os frutos, mas estamos vivos, com expectativas positivas sobre esse novo momento. Então minha mensagem é de esperança e força para que outros também consigam se reconstruir e passar por essa fase.

Para acessar as plataformasAcesse o site www.mercadoiao.org.br, clicar em "Rede IAÔ" e efetuar a sua inscrição no botão "Faça sua inscrição". O marketplace Coreto Criativo  contempla 12 categorias (acessórios, artes, design/decoração, gastronomia, jardinaria, moda e outros), que permite, além da compra fácil e rápida, a conexão dos consumidores com histórias, ideias e o lifestyle dos empreendedores. Para mais informações, acesse o site coretocriativo.com.br ou a página da Coreto Criativo no Instagram @ocoretocriativo.