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Defesa afirma que ele estava passando pela região quando foi baleado
Publicado em 15 de outubro de 2019 às 21:24
- Atualizado há um ano
O soldado da Polícia Militar Anselmo Souza dos Prazeres foi encaminhado para o Complexo Penitenciário da Mata Escura, nesta terça-feira (15). Ele está sob custódia desde a quinta-feira (10) quando foi baleado e preso suspeito de participar de um ataque a ônibus na Avenida Afrânio Peixoto (Suburbana), no bairro de Itacaranha. A Defesa nega a participação dele no crime. PM é lotado na 18ª CIPM/ Periperi (Foto: Divulgação/ SSP) O advogado Dinoemerson Nascimento representa o policial e afirmou que ele não participou do ataque ao ônibus. Na versão da Defesa, Anselmo estava passando pela região quando houve a troca de tiros entre os homens que atravessaram o coletivo na avenida e policiais da Operação Gemeos que passavam pela região.
“Ele estava a caminho de casa quando houve o tiroteio. Ele correu, como qualquer pessoa faria nessa situação, mas foi baleado. Ele não tem relação com os atos criminosos divulgados pela secretaria. A SSP está fazendo isso para marginalizar o movimento”, afirmou.
Anselmo foi ouvido nesta terça-feira na Corregedoria da Polícia Militar, mas, segundo o advogado, o depoimento foi dado dentro de uma ambulância. Dinoemerson informou que que o PM foi constrangido e que vai representar judicialmente contra os militares que participaram da ação. O advogado também informou que vai entrar com o pedido de liberdade do policial.
A Corregedoria da Polícia Militar instaurou, na manhã desta terça-feira (15), um inquérito policial militar para investigar a conduta ilícita de militares ligados ao deputado estadual Marco Prisco (PSC). Fechamento de avenidas, ataques contra ônibus e bancos, faltas em serviço, entre outras irregularidades serão apuradas.
De acordo com informações da Secretaria de Comunicação do Governo (Secom), a medida atende a uma determinação do Ministério Público da Bahia (MP-BA). Entre os casos citados pelo MP está o do soldado Anselmo. Ônibus vítima do ataque (Foto: Leitor CORREIO) Crime Segundo a SSP, na noite de quinta-feira (10), o soldado Anselmo e outros três policiais militares entraram em um ônibus da empresa Expresso Metropolitano e provocaram pânico entre os passageiros. Eles atravessaram o veículo no meio da pista e fizeram alguns disparos no coletivo.
Os tiros atraíram a atenção de policiais da Operação Gemeos da Polícia Militar que faziam rondas na região. Ao se aproximar do grupo houve confronto. Anselmo foi baleado com um tiro nas nádegas e socorrido para o Hospital do Subúrbio. Os outros três homens conseguiram fugir.
A SSP afirma que o soldado e os outros homens estão ligados ao movimento grevista comandado pela Associação dos Policiais e Bombeiros e de seus Familiares do Estado da Bahia (Aspra), e que o ataque ao ônibus foi uma maneira de assustar a sociedade e pressionar o governo a negociar as pautas apresentadas pela entidade.
Anselmo é lotado na 18ª Companhia Independente da PM (CIPM/Periperi), mas estava afastado das atividades por questões de saúde. A SSP informou que ele responde a três Processos Administrativos Disciplinares (PADs) na Corregedoria da Polícia Militar, mas não divulgou o conteúdo desses processos.
Procurada, a Aspra afirmou, em nota, que a SSP tenta criminalizar a mobilização de policiais e bombeiros militares da Bahia e classifica a informação como falsa.
Confira na íntegra:
O deputado estadual, mais uma vez, rebate nota encaminhada pela Secretaria da Segurança Pública (SSP) que tenta criminalizar mobilização de policiais e bombeiros militares da Bahia. Na noite desta quinta-feira (10), o parlamentar recebeu com surpresa a informação de que um policial teria sido baleado e preso por cometer atos de vandalismo.
“É preciso provar o que se fala. Soltar “fake news”, ligar qualquer que seja a pessoa que cometer crime à Aspra se trata de uma calúnia que cabe responsabilização penal. Se acusam qualquer que seja a pessoa de supostamente praticar crimes em nome da Aspra é preciso provar”, reclama. O parlamentar avalia ação judicial para responsabilizar secretário por divulgar, por meio da SSP, notícias falsas. “Ao contrário deles, queremos a verdade dos fatos”, afirmou.
Em resposta à divulgação sobre a investigação, o coordenador geral da Aspra, deputado Marco Prisco, afirmou, por meio de sua assessoria, que o objetivo do Ministério Público, assim como do Governo do Estado, é "desestabilizar o movimento e, por meio dos veículos de comunicação, colocar a população baiana contra PMs e BMs que batalham por direitos".
“Já disse e repito, não temos, nem eu ou qualquer outro diretor da Aspra ligação com atos de vandalismos. Muito irresponsabilidade do órgão soltar uma nota marginalizando uma categoria que já é demais sofrida e atacada pelo sistema”, afirmou o parlamentar, alegando ainda que não há comprovação de que pessoas ligadas ao movimento estariam atacando prédios comerciais e viatura. Ele também disse repudiar os ataques.