Polícia conclui inquérito e médica é indiciada por homicídios triplamente qualificados

A polícia ainda aguarda a conclusão de quatro laudos técnicos

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  • Da Redação

Publicado em 18 de outubro de 2013 às 19:23

- Atualizado há um ano

Da Redação*Atualizada às 20h

O inquérito policial que indicia a médica Kátia Vargas Leal Pereira por duplo homicídio triplamente qualificados foi concluído pela Polícia Civil nesta sexta-feira (18) e enviado ao Ministério Público. Agora, o MP-BA terá 5 dias para decidir se aceita as acusações e apresentar a denúncia contra a médica. O promotor Davi Gallo já havia indicado a intenção de denunciar a suspeita, acusada de provocar a colisão que matou os irmãos Emanuel e Emanuelle Gomes, de 21 e 23 anos, em Ondina.

O promotor já havia adiantando que a médica será denunciada pelo Ministério Público do Estado da Bahia por homicídio qualificado por motivo torpe (intenção de vingança), por colocar a vida de terceiros em perigo e pela impossibilidade de defesa das vítimas, que estavam de costas para a médica e com um veículo de menor porte.  

A delegada Jussara Souza, da 7ª Delegacia (Rio Vermelho), informou que o inquérito tem pouco menos de 100 páginas e ouviu 8 testemunhas. O marido da médica não prestou depoimento - segundo a polícia, ele não foi convocado e não tinha obrigação de ir, embora pudesse ter se apresentado se tivesse interesse.

A polícia ainda aguarda a conclusão de quatro laudos técnicos - o da perícia do local, o de mecânica no carro, um de tratamento das imagens de câmeras que flagraram a situação e por fim o laudo cadavérico. Todos estes laudos devem ficar prontos em um prazo de 30 dias, contados a partir da data da morte das vítimas.

Não existe previsão de colher o depoimento de mais nenhuma pessoa, informou a delegada.

A médica já está presa preventivamente no Conjunto Penal Feminino, em Mata Escura. A reportagem não conseguiu contato com o advogado dela, Vivaldo Amaral, para saber os próximos passos da defesa.

Fontes ligadas à Penitenciária Lemos Brito relataram que Kátia ficará isolada por questão de segurança, já que outras detentas estariam revoltadas com seu crime. O conjunto feminino tem, hoje, um excedente de 96 detentas.

Kátia Vargas deixou Hospital Aliança na quinta-feira em viatura da Polícia Civil (Foto: Jurimar Soares)

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“Sempre atendeu prontamente as pessoas que procuravam serviço na Cidade da Luz”, disse. Apesar de ter pouco contato com a médica, ele a considera uma pessoa “tranquila”.

O conselheiro do complexo, Antônio Carlos Souza, disse que Kátia se ofereceu, há sete anos, para o voluntariado. A última vez que a médica foi ao local foi na quinta-feira (10), um dia antes do acidente.

* Com informações da repórter Thais Borges