Polícia vai intimar gestante suspeita de homofobia contra médico em Feira

Investigação foi iniciada com a denúncia no domingo (4)

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  • Da Redação

Publicado em 7 de junho de 2023 às 19:33

- Atualizado há 10 meses

. Crédito: Reprodução

A Polícia Civil afirmou que a paciente gestante que é acusada de ter proferido ofensas homofóbicas contra um médico no Hospital da Mulher, em Feira de Santana, no domingo (4), deverá ser intimada para prestar esclarecimentos na 2ª Delegacia Territorial (DT), onde o caso foi registrado.

A ocorrência, registrada como homofobia, é investigada pela Polícia desde que a denúncia foi feita, ainda no domingo (4). Logo depois de uma consulta, a mulher teria dito, no corredor da unidade hospitalar, que “não gostava de ser atendida por viado”. O profissional que realizou o atendimento ouviu a ofensa e foi conversar com a paciente, que repetiu a fala. O médico, em seguida, saiu do plantão para fazer a denúncia.

O advogado da mulher, Armênio Seixas Júnior, disse, em entrevista ao Acorda Cidade, que a paciente, que teria buscado o hospital em trabalho de parto, foi mal-tratada pelo médico Phelipe Balbi Martins.

“Nós fomos constituídos pela família da paciente justamente para contrapor aquilo que foi dito pelo médico e pelo corpo hospitalar. Ela reclamou do atendimento que foi dispensado a ela na noite de domingo, porque ela já estava no momento do parto e ela foi maltratada pelo médico. O que ela informou é que não gostava de ser atendida por esse tipo de pessoa, não se referindo à opção sexual, e sim pelo tratamento dispensado pelo médico, devido ao mau tratamento, ou seja, o tipo de pessoa que trata mal no exercício da profissão”, afirmou o advogado.

Repercussão

De acordo com a Prefeitura de Feira de Santana, a paciente foi internada na unidade. Ela está recebendo os cuidados clínicos necessários. A diretora-presidente da FHFS, Gilberte Lucas, diz, no entanto, que medidas estão sendo tomadas a nível administrativo.

"Estamos tendo todo o cuidado com essa situação, mas todas as medidas estão sendo adotadas a nível administrativo, e a paciente terá 10 dias para responder. Ela segue internada, sob os nossos cuidados, até que se sinta apta a falar do assunto. Mas, de forma alguma, será pressionada a falar", explicou.

"O Hospital da Mulher reitera seu apoio ao doutor Phelipe Balbi e se coloca à disposição para prestar todo o suporte necessário nesse momento delicado. A instituição continuará a investir em ações que promovam a diversidade, a igualdade e o respeito, reafirmando seu compromisso com a saúde e o bem-estar de todos", reforçou.