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Carolina Cerqueira
Publicado em 2 de janeiro de 2021 às 16:11
- Atualizado há 2 anos
Um policial rodoviário federal aposentado teria ameaçado com uma arma de fogo, na tarde do dia 31, dois moradores na Rua Rio Pitanga, em Barra do Jacuípe, Camaçari. Carlos Alberto Ribeiro foi flagrado pelas câmeras de segurança instaladas em frente à casa de Ricardo Roberto Leite devido às ameaças anteriores que o morador alega já ter sofrido. >
Segundo Ricardo, ele chegava em casa com a esposa, quando Carlos Alberto acelerou o carro em direção ao casal, gritando que naquele passeio eram proibidos canteiros com palmeiras. Pelo vídeo é possível ver que o homem sai do carro e, exaltado, se dirige ao casal. Mesmo com pedidos para que ele se acalmasse, ele volta ao carro e pega uma arma. Apontando para o casal ele diz, de acordo com Ricardo, que a pistola tinha 20 balas: 10 para Ricardo e 10 para a esposa dele. >
Segundo Ricardo, o ex-policial é presidente da associação de moradores do loteamento Vale da Landirana, que delimitou as ruas e instalou uma portaria no local. A associação teria passado a cobrar uma taxa de R$300 mensais por casa. Ricardo alegou na justiça que o loteamento é público, com manutenção de responsabilidade da prefeitura e que a cobrança era, portanto, indevida. Ele ganhou a causa em 2019. >
Ricardo conta que as ameaças começaram quando a decisão do processo foi divulgada, contrária ao suposto loteamento, e outros moradores também quiseram acionar a justiça. As ameaças teriam vindo em forma de perseguição e até arma de fogo apontada para Ricardo. A partir disso, com medo, o morador decidiu instalar as câmeras para obter provas concretas do ato criminoso. >
Procurada pelo CORREIO, a Polícia Rodoviária Federal informou que no ato da aposentadoria o policial devolve a arma brasonada da corporação. Desde que atenda os requisitos previstos em lei, o cidadão brasileiro poderá adquirir e portar arma de fogo para uso particular. A instauração de Procedimento Administrativo Disciplinar (PAD), na esfera administrativa, para apuração de ocorrências criminais alcança somente os servidores da ativa. Conforme a normativa penal, a ocorrência de delito, crime, ato infracional deverá ser registrada na Delegacia de Polícia Judiciária, que ficará responsável pela apuração do fato através da instauração de Inquérito Policial. >
O CORREIO entrou em contato com Carlos Alberto. Ele nega as acusações de ameaças e afirmou que só irá se pronunciar sobre o caso na presença de um advogado. >
*Com orientação do chefe de reportagem Jorge Gauthier>