Políticos da oposição e da base aliada apontam força do voto descasado na Bahia

Por Jairo Costa Júnior

  • Foto do(a) author(a) Jairo Costa Jr.
  • Jairo Costa Jr.

Publicado em 19 de agosto de 2022 às 07:10

- Atualizado há um ano

. Crédito: .

O eleitor que declara voto no ex-prefeito ACM Neto (União Brasil) na disputa para o governo do estado e para o ex-presidente Lula (PT), o presidente Jair Bolsonaro (PL) ou o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) na eleição nacional é o perfil que mais aparece no início de campanha oficial nas ruas, afirmam políticos da oposição e da base aliada ao PT. Ao avaliar as principais tendências captadas por eles durante o corpo a corpo com a população iniciado no último dia 15, líderes dos dois polos de poder se disseram convencidos de que o apoio ao ex-prefeito independente da opção na disputa presidencial está perto de se tornar o primeiro fenômeno consolidado na sucessão estadual deste ano.

Freio de mão "Caso o movimento Neto-Lula, Neto-Bolsonaro e Neto-Ciro se firme como onda, algo bem próvável, será muito difícil para o PT impulsionar Jerônimo (Rodrigues, candidato do partido). Diante desse quadro, o crescimento dele será abaixo do que gostaríamos", admitiu um cardeal governista, em conversa reservada com a Satélite.

Encontro de contas  A cristalização do voto descasado para governador e presidente já vinha sendo detectada em sucessivas pesquisas, sobretudo as de caráter espontâneo, termômetro de maior precisão para dimensionar o universo de eleitores com preferência sacramentada. No mais recente levantamento, divulgado na terça-feira pelo Instituto Paraná, ACM Neto obteve 24,2% na espontânea, quase 15 pontos de vantagem sobre Jerônimo, citado por 9,6% dos entrevistados, e cerca de 18 à frente de João Roma (PL), que aparece com 6,3%. O que, em tese, indica forte adesão a Neto entre simpatizantes de Lula e Bolsonaro.

Pote de mágoas A aliados próximos, o presidente da Câmara de Vereadores e candidato a vice na chapa liderada por Jerônimo, Geraldo Júnior (MDB), sinalizou nível crescente de insatisfação com a falta de apoio da cúpula petista à candidatura do filho, Matheus Ferreira (MDB), a deputado estadual. Nos últimos dias, confidenciaram, Geraldo Júnior vem se queixando abertamente de que, apesar dos desgastes sofridos e dos riscos judiciais que corre por usar o cargo em favor do PT, só recebe tapinhas nas costas e nada mais, enquanto enfrenta sozinho as dificuldades para tentar emplacar o herdeiro na Assembleia Legislativa.

Truque do combo O alto escalão do Palácio de Ondina arranjou um jeitinho de usar a máquina pública com finalidade eleitoral sem ferir diretamente a legislação. No caso, sincronizar inaugurações e eventos de campanha. Com essa artimanha, o helicóptero da Casa Militar do governo levou a comitiva de secretários anteontem a uma solenidade em Itabuna, onde também participaram do desfile em carro aberto com o governador Rui Costa, Jerônimo Rodrigues e o senador Otto Alencar (PSD).

Linha de frente Na bolsa de aposta formada por caciques da base petista, o ex-secretário estadual de Saúde Fábio Vilas-Boas (MDB) desponta como cotado ao posto de campeão de votos entre os candidatos do bloco a deputado federal. Em especial, pela megaestrutura de campanha montada por ele no interior.Ele é o meu maior exemplo de homem público. Conversamos muito e, apesar de termos estilos bem diferentes de fazer política, a gente se respeita bastante Cacá Leão, candidato a senador pelo PP, em declaração carinhosa para o pai, o vice-governador João Leão, que concorre a deputado federal pela mesma legenda