Por onde anda a base do Bahia?

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Publicado em 28 de novembro de 2019 às 05:00

- Atualizado há um ano

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O ano é 2018. Régis acaba de ser negociado para a Arábia Saudita, Vinícius tem desgaste muscular elevado, Allione continua mal fisicamente. Enderson Moreira vai no time sub-23 e pinça o meia Ramires, aos 18 anos, para estrear no time profissional do Bahia no jogo contra o Sport, em setembro, pelo Brasileirão. Um ano depois, o garoto é emprestado ao Basel, da Suíça, em transferência que poderá render R$ 30 milhões ao clube se consumada em definitivo. Retorno técnico e financeiro – o empréstimo já rendeu R$ 2 milhões.

O ano é 2019. Marco Antônio não joga desde janeiro. Machuca demais, não cumpre função tática tão bem quanto Élber e Artur, os pontas titulares. O Bahia enfrenta o Grêmio em Porto Alegre e Guerra não aguenta o tranco. Seu estilo e idade não alcançam a exigência de marcar intensamente até o fim. Perde no físico, erra muitos passes e, quando desperdiça oportunidade na cara do gol com um chute torto, torra a paciência de Roger Machado. Dá lugar a Marco Antônio, que vai de meia centralizado. Passa por um, por outro, é derrubado na área. Arthur Caíke na cobrança, 1x0 gol de pênalti. A última vitória do Bahia. Em outubro.

Marco Antônio machuca de novo. Roger segura Guerra devido à má fase e aposta em Lucca, que não dá a resposta esperada, mais uma vez. No banco de reservas, o outro meia é Shaylon, com quem o treinador não pode contar porque não alia o visível talento no passe com competitividade e outros atributos psicológicos e mentais que fazem um jogador merecer nova oportunidade depois de falhar nas tentativas anteriores. Então, Guerra acaba entrando em campo durante a partida. Mal.

O exemplo citado ocorreu na derrota para o Goiás, domingo, no Serra Dourada. Voltando ao banco de reservas, nele estavam dois goleiros, dois laterais direitos e inacreditáveis quatro zagueiros, sendo que um (Xandão) seria opção para a lateral esquerda em último caso. Último meeeesmo. Moisés, o titular do setor, vai muito mal, como em todo o segundo turno, e o time sofre dois gols em 12 minutos, sendo um diretamente em cima dele e outro com colaboração numa falha coletiva, como em todo o segundo turno. Xandão não entra porque está só fazendo número - uma escolha “compreensível” se for pelo argumento da gestão de grupo, algo que um treinador precisa levar em conta, mas a verdade é que tê-lo em campo não faz parte dos planos.

Completavam a lista de suplentes um volante do sub-23 (Edson) que não foi utilizado nem quando Gregore e o reserva imediato Ronaldo estavam suspensos - caso do empate contra o Cruzeiro no Mineirão -, os já citados meias (Guerra e Shaylon) e um centroavante (Fernandão). Nenhum ponta.

No embalo do sub-23, o Bahia vai matando sua divisão de base. Acredita ser mais vantajoso contratar jovens que já são profissionais e não despontaram do que investir por anos em garotos menores de 20. Financeiramente falando deve ser mesmo e esportivamente ninguém é forçado a ser clube revelador. É uma opção, com ônus e bônus. Mas se o planejamento do clube entende que o elenco de aspirantes, de férias, e o sub-20, por escolha, não servem nem mesmo de suporte em casos de “última opção”, então as categorias inferiores estão só fazendo número.

Herbem Gramacho é editor de Esporte e escreve às quintas-feiras.