Por que a Seleção está devendo?

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  • Miro Palma

Publicado em 11 de outubro de 2019 às 05:00

- Atualizado há um ano

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A gente esperava muito mais para um jogo entre Brasil e Senegal. Recorrendo ao clichê “com todo respeito ao adversário”, a Seleção Brasileira tem uma tradição imensamente maior que a sua rival africana. Mas, como diria o famoso meme, acho que o jogo virou, não é mesmo? No Estádio Nacional de Singapura, o que se viu foi uma equipe completamente apática frente a um adversário bem mais disposto e preparado.

E se o empate em 1x1 remeter a uma equidade, esqueça, Senegal foi superior. Não acredita? De acordo com os dados do site Footstats, a equipe do técnico Cissé teve 52% da posse de bola, diante dos 48% dos comandados de Tite. Em finalizações certas, os senegaleses também foram superiores com cinco finalizações certas, enquanto brasileiros tiveram quatro. Foram 19 desarmes aplicados pelos rivais contra apenas dez do Brasil. E não acabou, em dribles eles também foram melhores: oito a seis.

Esse é o terceiro jogo seguido  que a Seleção não vence. Porém, a falta de resultado não é a única surpresa se tratando do escrete canarinho. Isso porque, a maioria dos jogadores que estão disputando essa série de amistosos estava no time que ganhou a Copa América há pouco tempo. O que aconteceu nesses três meses que fez a receita desandar?

E eu volto aos números. Ainda de acordo com o levantamento do Footstats, nesses últimos três amistosos diante de Senegal, Colômbia (empate em 2x2) e Peru (derrota de 1x0), a Seleção precisou de 14 finalizações para fazer um gol, e a metade para sofrer um tento. No começo da ‘Era Tite’, lá nas Eliminatórias para a Copa do Mundo da Rússia, o time precisava de apenas 6,1 finalizações para acertar o gol e 29,3 para sofrer um revés.  

Ainda é difícil dizer o que está causando essa queda vertiginosa no desempenho da Seleção Brasileira. Especialmente depois de um resultado positivo como foi o da competição anterior e com rivais em amistosos que nem de longe estão no mais alto patamar de competitividade do futebol mundial. Fácil é perceber que seja lá o que esteja atrapalhando, precisa ser revisto e melhorado o quanto antes.

E aí me veio à mente a última entrevista que Neymar concedeu à imprensa. A ocasião celebrava a iminência da sua centésima partida com a amarelinha, no jogo contra o Senegal, com direito a camisa especial entregue pelo tetracampeão Bebeto. Depois de muito tempo sem dar as caras em coletiva, ele foi e falou... até demais. Chamou a responsabilidade pra si ou, pelo menos, se autoproclamou o responsável por “carregar, praticamente, tudo nas costas”.

Mas, será que agora que a homenagem já passou, a vitória não veio e a torcida segue frustrada com o desempenho do grupo, ele vai voltar a encarar a imprensa nas coletivas ou vai preferir a saída nada humilde de quem escolhe o silêncio ou as entrevistas benevolentes? Vamos aguardar. Até porque quem defende os privilégios precisa, ao menos, mostrar serviço. E se tem uma coisa nesses últimos dez anos que Neymar tem nos mostrado é pouco serviço bem feito. Enquanto isso, Tite continua fingindo que não vê. Um dia vai custar caro... 

Miro Palma é subeditor de Esporte.