Portaria remota é tendência em condomínios residenciais

Contratação do serviço garante economia,mas condôminos precisam rever hábitos e posturas

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  • Carmen Vasconcelos

Publicado em 25 de abril de 2019 às 17:33

- Atualizado há um ano

. Crédito: shutterstock.com/reprodução

A tecnologia chegou para ajudar as atividades humanas a se tornarem mais eficientes e no quesito segurança domiciliar não seria diferente, especialmente nas portarias de prédios e condomínios. 

Uma das tecnologias que vem ganhando adeptos é a portaria remota. Entre as vantagens apresentadas por essa nova modalidade está a redução de custos na folha de pagamento; a segurança dos funcionários, uma vez que os dispositivos impedem que o porteiro possa ser rendido em situações de assalto; e o fim da necessidade de controle da frequência do funcionário.

Em Salvador, esses dispositivos começam a ser implantados em prédios e condomínios que temem pela falta de segurança pública. Uma pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (IBOPE) mostrou que 51% da população avalia de modo muito negativo a segurança, dado que pontua que a preocupação dobrou em relação ao ano anterior.  

Tendência tecnológica

Segundo Walter Uvo, especialista em tecnologia da MinhaPortaria.com, empresa que fornece o serviço de portaria remota e há dois meses implantou filial em Salvador, além da instalação dos equipamentos de vigilância e segurança, a portaria remota também é responsável pela manutenção e troca de aparelhos, de modo que eles nunca ficam obsoletos ou exigem que o condomínio precise desembolsar recursos para realizar a troca ou a atualização dos equipamentos.

“O controle ao acesso é a base do serviço da portaria remota, especialmente nos condomínios residenciais, pois nas áreas comerciais e industriais, sempre há uma série de outros dispositivos de controle, como cancelas, catracas. Assim, percebemos que os condomínios verticais são os que mais se beneficiam da tecnologia”, esclarece Uvo.

Ele explica que o controle de quem acessa essas áreas é realizado por meio de uma checagem no sistema previamente programado. Os moradores possuem livre acesso. “Um porteiro convencional faz o controle do acesso por meio de uma negativa, mas ele fica vulnerável às inúmeras pressões.  A portaria remota já parte da negativa ao acesso, as exceções então são checadas pelo sistema”, esclarece.

Para ilustrar sua fala, Uvo cita um estudo que mostrou que num condomínio de 40 apartamentos, um porteiro convencional realiza cerca de 6 mil intervenções de acesso. Já na portaria remota, essas intervenções caem para mil.

A contratação de uma portaria eletrônica tem custo mensal em torno de R$ 6 mil contra uma média R$15 mil das despesas com uma portaria convencional. O custo da instalação dos equipamentos de segurança saem por R$30 mil, diluídos no valor da mensalidade. “Esse custo contempla a manutenção, reposição de peças e o link de internet”, esclarece. Uvo ressalta ainda que, na portaria remota, o perímetro do condomínio também pode ser vigiado, ampliando a segurança do em torno.

Contato humano

De acordo com o professor universitário e especialista em Segurança, Antônio Jorge Melo, as tecnologias chegaram para ficar, especialmente, no quesito segurança, no entanto, antes de optar pela modalidade mais tecnológica, é preciso que se entenda com muita clareza o que é desejado no trabalho de portaria.

“É claro que o sistema traz muitos benefícios, especialmente para condomínios com dificuldades financeiras, mas a adoção dessa tecnologia exigirá uma nova cultura dos condôminos, pois haverá uma necessidade de maior atenção às regras do bem comum”, pontua o especialista, salientando que, nessas situações, é preciso levar em consideração às normas para entrega de serviços de delivery ou entrega de encomendas, por exemplo.

Ele salienta que nesses casos é fundamental que se estabeleçam regras claras sobre a descida do morador para buscar a pizza ou até mesmo garantir uma presença em casa para receber encomendas. “Perde-se a comodidade em nome da economia e da segurança”, completa.

Para o professor, é preciso também não se esquecer que o papel do porteiro vai além da segurança e do controle de acesso. “Muitas vezes, esses profissionais funcionam como um cartão de visitas para aquele condomínio, um auxiliar valoroso nas atividades domésticas e até mesmo companhia para crianças e idosos”, reflete.