Prédios próximos tiveram prejuízos com a explosão em posto no Stiep

Um síndico diz que só na academia do edifício perdas chegam a R$ 3 mil

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  • Bruno Wendel

Publicado em 11 de agosto de 2021 às 12:02

- Atualizado há um ano

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. por Nara Gentil/CORREIO

As consequências da explosão em um posto combustível na manhã desta quarta-feira (11) não ficaram restritas à área do estabelecimento. Moradores do entorno ficaram apavorados e os prédios próximos tiveram prejuízos. No Edifício Nevada, que fica atrás do posto, os moradores saíram desesperados com a roupa do corpo. “ Foi terrível. Pelo horário que tudo aconteceu, a grande maioria dos moradores ainda estavam dormindo. Teve gente que saiu de pijama, camisola, gente se batendo, ocupando a rua em frente ao prédio. Todo mundo aflito”, declarou o síndico do prédio Henrique Franco, 62 anos. 

Vários pontos do prédio sofreram com o impacto da explosão. Parte do teto de gesso da área de convivência veio abaixo, vidros do salão de festas e do bar da piscina foram destruídos, um dos elevadores, que estava vazio, parou de funcionar e as portas de vidro e as janelas da academia, que fica no subsolo, quebraram todas. “Só na academia tivemos um prejuízo de aproximadamente R$ 3 mil”, disse Franco. 

De acordo com o sindico, os moradores já tinham receio de conviver próximo ao posto. Isso porque eles relatam que frequentemente sentem cheio de gás. “Às vezes temos que fechar a janela de tão forte que é cheiro. Já conversamos uma vez com o dono, que disse que o cheio é normal, que é a liberação da pressão do gás. Mas isso é toda hora”, relatou. Ele disse que já procurou o dono outras vezes. “Mas o que ele (dono) alega é que o posto já existia antes do prédio, que tem 24 anos. De fato é verdade, porém a nossa queixa não é o posto, e sim a questão do gás GNV que é algo de algo de agora”, declarou. 

Segundo ele, a fila para abastecimento do gás GNV no posto chega ao topo da Rua Xingu, próximo à uma faculdade privada. “Já teve aqui filas imensas de taxistas e motoristas de aplicativo para abastecer nesse posto. O estrago de hoje só não foi maior, porque não havia muitos carros na fila”, disse. O sindico pontou que os moradores deverão entrar com uma ação contra o posto. “Vamos acionar a justiça não só por causa do prejuízo, mas também por nossas vidas. Se a gente antes tinha receio, agora, com essa explosão, nós temos é medo”, diz.

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Escola O impacto também atingiu a Escola Pingo de Gente, que fica na Rua Arnaldo Lopes da Silva, defronte ao Edifício Nevada e a poucos metros do posto da explosão. As aulas presencias previstas para as 130 crianças foram transferidas para o turno da tarde, porque os vidros de duas janelas precisaram ser trocados. “O vidro de uma janela quebrou todo e outra trincou somente, mas retiramos mesmo assim”, declarou a diretora da escola Fernanda Albuquerque.  A Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano (Sedur) esteve na escola. “ A Sedur notificou para a necessidade de um engenheiro para uma vistoria técnica. Vamos encaminhar a notificação para o posto, que deverá arcar com os custos”, disse Fernanda. 

Na hora da explosão, ela já estava na escola. Ela disse que baralhou foi semelhante quando houve o desabamento do antigo Centro de Convenções, que funciona na região. “Cheguei a pensar que era outro desabamento do Centro de Convenções, devido à força do estrondo”, declarou. Ela pontou que constantemente é um cheio forte de gás vindo do posto. “As pessoas chegam até a pensar que o cheiro é de nossa cozinha, mas logo percebem que é do posto”, relatou. 

O diretor administrativo da Pingo de Gente George Albuquerque também estava na escola na hora do estrondo. “Foram explosões. O barulho é pior que um trovão. É muito mais intenso e apavorante”, conta.

Segundo a Defesa Civil,  dois prédios e uma escola infantil nas imediações foram atingidos pelo deslocamento de ar, tendo vidro e esquadrias de alumínio danificadas. A Escola Pingo de Gente foi notificada para fazer os reparos antes de retornar as aulas, suspensas nesta manhã, após o acidente. A área passou por vistorial da Codesal.

Após o acidente, o Instituto baiano de Metrologia e Qualidade (Ibametro) disse que vai intensificar a fiscalização das bombas dos postos de combustíveis e também das empresas responsáveis pelas instalação e fornecimento do kit gás. “ Evidentemente que após esse episódio a gente vai ampliar a quantidade de vistorias, que já são feitas de surpresa”, disse Gildésio Rocha, que esteve no posto.  Ele disse que a causa do acidente será apontada pela perícia do Departamento de Polícia Técnica (DPT).

Explosão Um carro pegou fogo no local, e o incêndio teria sido provocado por uma explosão do kit gás, segundo informações da TV Bahia. O posto BR fica na Rua Professor Manoel Ribeiro, próximo a Lagoa dos Dinossauros

Duas ambulâncias do Corpo de Bombeiros foram até o local para conter as chamas. Houve vazamento de gás GNV no local, porque as bombas de abastecimento foram atingidas com a explosão, mas foi controlado pelos bombeiros.

Três pessoas ficaram feridas. Uma funcionária do posto de conveniência fraturou o pé, um frentista teve queimaduras de 1º e 2º graus nos braços e o motorista, que estava fora do carro, teve ferimentos leves atingido por estilhaços.