Prefeitura entrega novas casas na comunidade Guerreira Zeferina

Foram entregues 132 imóveis para famílias da antiga Cidade de Plástico

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  • Nilson Marinho

Publicado em 26 de janeiro de 2019 às 15:10

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Nilson Marinho/CORREIO

A autônoma Maria Célia Nepomuceno, 61 anos, ainda não conhece a nova casa. Apenas sabe o bloco e o número do apartamento que vai passar a morar no próximo dia 30 deste mês. Uma outra certeza que ela carrega consigo é a de que, enfim, terá um teto bem diferente daquele pequeno barraco de madeira e lona que ela construiu com centenas de famílias, na comunidade Guerreira Severina, a antiga Cidade de Plástico, em Periperi.

Na manhã deste sábado (26), o prefeito ACM Neto esteve na comunidade, que fica entre a linha do trem e às margens da Baía de Todos-os-Santos, para entregar 132 novos imóveis para famílias da antiga ocupação irregular. Em abril deste ano, a prefeitura já tinha entregue 125 residências. A construção das casas teve um investimento de R$ 22,1 milhões, vindos de recursos da própria gestão municipal.

Maria Célia conta que, quando resolveu aceitar o convite para ocupar a área, estava passando por dificuldades financeiras. Sem ter como pagar o aluguel da sua antiga casa no bairro de Mirantes de Periperi, só restou levantar um pequeno abrigo feito de materiais recicláveis. Morou nessa situação durante anos. Atualmente, ela recebe um auxílio-moradia da prefeitura. 

“A situação aqui era horrível, muito lama e não tinha esgoto. Mas saímos da lama e do lixo para o luxo”, brincou.

Aqueles que já estão com as chaves em mãos também comemoram, sem temer mais as chuvas, os animais peçonhentos e o lixo que se acumulava ao redor da comunidade. A técnica de enfermagem Regina Portela, 58, resolveu morar na comunidade depois de uma separação. Sem dinheiro, só restou aceitar o convite de uma amiga para ocupar o espaço.  Agora, festeja a nova moradia.  A técnica de enfermagem Regina Portela, 58, ganhou a chaves da nova casa em abril (Foto: Nilson Marinho/CORREIO) "Antes da intervenção, era muito difícil morar aqui. Moravámos de forma desumana, porque todos os barracos eram de plástico , de lona e de pequenas madeiras apodrecidas. Com tudo isso, criava a sujeira e vinha os ratos, baratas, lacraias...", lembra.

O prefeito ACM Neto disse que, durante uma visita à antiga Cidade de Plástico, se comoveu ao ver a situação precária em que viviam os moradores e resolveu criar um projeto de um espaço mais seguro para abrigar a população.  

"Cheguei aqui em 2012. Naquele dia, o que me marcou profundamente foi a situação em que viviam várias pessoas. Eu, que sou um homem de muita fé, me perguntei: 'por que será que existem tantas pessoas que são obrigadas a viver nessas situação?", lembra. 

Os apartamentos são de dois ou três quartos, distribuídos em dez prédios – 20 dessas moradias foram adaptadas para pessoas com deficiência. O conjunto também conta com um sistema de geração solar fotovoltaica de energia elétrica. A ação beneficia as residências, a creche e outras unidades da administração municipal no local.

* Com supervisão do editor João Galdea