Prefeitura exige que bancos organizem filas dentro e fora das agências

Medida começa a valer a partir de sexta-feira (19)

Publicado em 15 de junho de 2020 às 12:47

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Tiago Caldas/CORREIO

Desde que a pandemia começou as aglomerações nas filas das agências bancárias se tornaram recorrentes. O CORREIO flagrou vários desses momentos nos últimos meses, mesmo depois das medidas de isolamento implantadas por estado e município. Nesta segunda-feira (15), o prefeito ACM Neto afirmou que vai exigir que os bancos façam o ordenamento dos clientes para evitar tumulto, e quem não obedecer será penalizado. A medida vai começar a valer a partir de sexta-feira (19).

“Estou editando um decreto obrigando os bancos privados e as lotéricas a organizarem as filas disponibilizando monitores para acompanhar o seu ordenamento, principalmente, na parte externa do estabelecimento. Nós temos visto que as maiores aglomerações na cidade acontecem nas filas dos bancos e das lotéricas”, afirmou. Quem descumpri a medida pode ter a agência interditada (Foto: Arquivo CORREIO) ACM Neto disse que as instituições privadas estão tendo mais cuidado em organizar as filas do lado de dentro das agências. Do lado de fora, elas estão fazendo a marcação do distanciamento entre os clientes e deixando que o próprio público se organize. É aí que está o problema. Agora, elas terão que disponibilizar monitores para ordenar essas filas, como já acontece nas agências da Caixa.

Atualmente, a Guarda Municipal ajuda no ordenamento das filas nas agências da Caixa Econômica Federal. O prefeito explicou que isso acontece porque a Caixa é um agente público, e o principal pagador dos benefícios federais e municipais oferecidos à população. E que os cuidados nas agências privadas são de responsabilidade dos as empresas.“Eu não tenho pessoal para fazer a organização das filas dos bancos particulares, nem seria razoável. Não é possível que o poder público coloque a sua estrutura, que tem que priorizar o público, para organizar o particular, mas também não tem que ficar como estar”, disse.O decreto ainda será publicado, mas o prefeito adiantou durante uma coletiva virtual para atualizar os dados sobre a covid-19 e anunciar novas medidas restritivas que as exigências começam a valer a partir de sexta-feira (19). Quem descumprir a determinação poderá ter a agência bancária interditada. Tumulto nas agências é recorrente desde o início da pandemia (Foto: Bruno Wendel/ CORREIO) Para a estudante Daniele Nascimento, 28 anos, a medida foi acertada, mas precisa ser fiscalizada. “Realmente, está um tumulto danado nas agências, mas não adianta a prefeitura exigir se não houver fiscalização. Espero que a população também ajude denunciando quando estiver em aglomeração”, disse.

Até este domingo (14), Salvador tinha 19.860 casos confirmados de covid-19, com 742 mortes. A prefeitura informou que 84% dos leitos de UTI e 75% dos leitos clínicos da rede pública já estão ocupados. Na rede privada a taxa caiu de 85% para 79%. Ontem, 40 pessoas foram reguladas das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) para unidades hospitalares, e sete ainda aguardam pela transferência.

Procurada, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) informou que, "em linha com a preocupação das autoridades de Salvador, ressalta que o sistema bancário continuará empregando todos os esforços para preservar a saúde de clientes e funcionários e irá colaborar com as autoridades sanitárias, como já vem fazendo ao longo das últimas semanas".

Acrescentou também que o setor bancário tem incentivado o uso de canais digitais como forma principal de atendimento, principalmente para reduzir ao máximo a quantidade de clientes e funcionários no interior das agências. Além disso, o setor tem orientado aos bancos que realizem a sinalização de piso no interior e parte externa das agências com o objetivo de manter o distanciamento, o deslocamento de pessoal próprio para orientar a formação de eventuais filas na parte externa, o estabelecimento de horário exclusivo para atendimento de clientes de maior risco e a higienização mais frequente dos terminais eletrônicos e das instalações das agências

"A Febraban ratifica seu compromisso com a saúde pública e com a manutenção dos serviços essenciais, ressaltando que todos os canais digitais estão à disposição dos clientes e devem ser priorizados, de forma a evitar aglomerações desnecessárias", concluiu a nota.