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Da Redação
Publicado em 16 de julho de 2020 às 05:03
- Atualizado há 2 anos
Hoje, Dia do Comerciante, é oportuno lembrar da etimologia da palavra negócio, que remete a “negar o ócio” e caracteriza a base do desejo de empreender, de dedicar-se ao trabalho e à realização. Os empresários do comércio dedicam-se dia e noite a “negar o ócio” e com isso geram renda e empregos. No entanto, a pandemia do coronavírus e o necessário isolamento social desvirtuaram esse princípio.>
Assim, há quase quatro meses, boa parte dos empresários, principalmente os micro, pequenos e médios, estão sem poder contribuir para a geração de riqueza do País. Apesar disso, o empresariado reconhece que o isolamento social e as medidas que vêm sendo impostas são indispensáveis no enfrentamento da pandemia, que já ceifou a vida de milhares de baianos. A vida é nosso bem maior e sua preservação deve vir sempre em primeiro lugar. Por isso, a Fecomércio-BA segue ao lado do governo estadual e das prefeituras no apoio às medidas de enfrentamento à pandemia e assim continuaremos. Porém, após quase 120 dias de portas fechadas, sem faturamento, arcando com custos fixos, tributos e outras despesas, as empresas estão chegando ao limite da sobrevivência e muitas delas estão encerrando ou já encerraram suas atividades pela absoluta impossibilidade de viabilizar sua manutenção. O governo federal agiu corretamente ao implementar o auxílio emergencial que está contribuindo para a sobrevivência de milhões de brasileiros, mas o mesmo não aconteceu com as pequenas empresas, pois os instrumentos criados para apoiá-las ficaram muito aquém das necessidades. >
O crédito, por exemplo, indispensável para o capital de giro necessário para enfrentar o custo da paralisação não está chegando aos pequenos empresários. Os bancos, ignorando o momento de crise, continuam colocando seus interesses em primeiro lugar, aumentando juros, exigindo garantias, com demonstrações nítidas de que, sem uma ação vigorosa do governo federal, esses financiamentos não sairão.>
Esperamos que os nossos pleitos feitos ao governo e à prefeitura sejam atendidos, a exemplo da redução de valores da TFF e TLP, anistia de multas aplicadas por não cumprimento de obrigações acessórias e postergação do ICMS, IPVA e ITD.>
O anúncio do governador Rui Costa e do prefeito ACM Neto estabelecendo os protocolos para a retomada das atividades econômicas trouxe esperança. Os protocolos são técnicos e obedecem às recomendações sanitárias adotadas mundialmente. Os empresários vão segui-las à risca, mas é preciso lembrar que representam custo adicional para o empresariado já exaurido. Governo e prefeitura devem, portanto, entender esse novo momento e estabelecer ações fiscais e financeiras para apoiar os pequenos empresários, estendendo-as até o pós-coronavírus, fase que será tão delicada quanto a que as empresas vivem agora. >
Carlos de Souza Andrade é presidente da Fecomércio-BA – Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado da Bahia.>