Procura-se Inteligência Sistêmica

Paulo Pietrobon é coordenador do Laboratório de Projetos Institucionais (IHAC/UFBA), diretor de Projetos da Associação Baiana de Startups e coordenador de Projetos Internacionais da Confederação Nacional de Jovens Empresários

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  • Da Redação

Publicado em 30 de abril de 2018 às 08:29

- Atualizado há um ano

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Países como Dinamarca, Israel, Suécia, Finlândia, Estados Unidos, Alemanha e Canadá vêm se posicionando como líderes no desenvolvimento de Tecnologias Sustentáveis. O Brasil desenvolveu uma matriz energética (contemplando hidrelétricas e parques eólicos) que nos posicionou por algum tempo como sustentável. Em paralelo, sediamos a Rio 92 e a Rio + 20, abrigando os principais debates e resoluções nessa área. Também desenvolvemos o programa de vigilância da Amazônia, o SIVAM, e até a década passada conseguimos refrear o ritmo do desmatamento. Mercados como agricultura orgânica, energias renováveis, turismo ecológico, pesca e aquicultura, novos processos da Indústria (logística reversa) e agroflorestas (mercado de carbono) são oportunidades sinérgicas ao potencial de desenvolvimento do nosso país.

Dentro desse panorama (de novos mercados sustentáveis), empreendedorismo e inovação são temas centrais. E antes disso, o desenvolvimento de uma inteligência de mercado é fundamental. Os foros onde se debatem as estratégias de desenvolvimento para a Bahia ainda não trabalham dentro de uma lógica de colaboração interinstitucional ou de um arranjo institucional em rede. Esse é o grande desafio da Bahia: transformar uma cultura político-administrativa centralizadora, que segrega oportunidades e barra potenciais, em fluxos horizontais de empreendedorismo e inovação, estrategicamente direcionados e com grande densidade de conhecimento e tecnologias.

Em paralelo, a Bahia precisa de líderes que trabalhem com uma lógica de compreensão geopolítica e da economia global; capazes de discutir com atores internacionais e integrar projetos e cadeias produtivas a tais cenários. Ou seja, a lógica oportunista, que esperava o “cavalo selado” passar, não nos dará mais sobrevivência. A demanda do momento histórico que vivemos, denominado Sociedade do Conhecimento, é por planejamento de longo prazo, pesquisa aplicada, inovação aberta, governança hélice trílice, spin offs, clusters de inovação e ecossistemas de startups (o “cavalo” virou carro autônomo, aeronaves VTOL e Hyperloop). 

Junto às nossas cadeias produtivas tradicionais (agronegócio, petroquímica, indústria automotiva, economia criativa e turismo), um bom exemplo de demanda para aplicação desses conceitos é o projeto que posiciona Salvador como Capital da Amazônia Azul. Temos diante de nós uma nova fronteira de planejamento, investimento e articulação global. Espaços dentro das Universidades (como o IHAC LAB-i), nos espaços de coworking, no Parque Tecnológico da Bahia e no Hub Salvador estão abertos à sua participação para criar projetos e negócios sustentáveis. Seja bem-vindo.