Produtos e serviços: Valor agregado e consumidor mais exigente

Para superintendente do Ibama na Bahia, Rodrigo Alves, sustentabilidade é diferencial competitivo para empresas

  • Foto do(a) author(a) Priscila Natividade
  • Priscila Natividade

Publicado em 31 de outubro de 2019 às 06:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Marina Silva/ CORREIO

Uma empresa que poderia incinerar seus resíduos e transformá-los em energia térmica fez melhor. Desenvolveu uma fibra que virou piso. Iniciativas como esta são para do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis na Bahia (Ibama-BA), Rodrigo Alves, o futuro dos negócios que querem gerar valor agregado aos seus produtos. 

“A demanda vem, a preocupação do meio ambiente está trazendo  esta demanda. Há 20 anos esse produtor não iria se preocupar com isso. De repente, esse produtor consegue até vender isso mais caro, quando valoriza sua cadeia produtiva sustentável, ao utilizar 100% do que produz. Esta é a tendência”, analisa. 

Alves defende que em um  mundo onde o consumidor está cada vez mais atento à cadeia que o produto percorre antes de chegar às prateleiras do supermercado, quem for sustentável vai sair na frente. Segundo um levantamento feito pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), três em cada dez  consumidores (29%) se encaixam como ‘consumidor consciente’, enquanto mais da metade (58%) é considerado um consumidor em transição. 

“O agro já é extremamente sustentável. O agronegócio brasileiro é o mais sustentável do mundo, mas tem como melhorar. Você tem uma pressão imensa dessa cadeia de produção e distribuição. A gente chegou a um momento que o produtor não pode se preocupar apenas em ser sustentável dentro da porteira dele. Ele tem que se preocupar em como aquilo chega e como isso vai servir de  valor agregado para ele”.

Neste sentido, o papel do órgão regulador não se resume a fiscalizar e punir, mas também a estimular práticas sustentáveis dentro das empresas. “Existe um drama hoje que é a questão da sustentabilidade e meio ambiente. Não existe possibilidade de uma empresa ter sucesso se ela não for sustentável. E as empresas que vão sair na frente são aquelas que entenderem que isso agrega valor ao seu produto. Existem negócios produzindo emprego e renda e fazendo mais pelo meio ambiente do que a legislação determina. Eu vou comprar este produto e você também”. 

Ainda de acordo com ele, a atitude sustentável passa também por cada órgão assumir a sua função. “É preciso saber exatamente a quem cobrar. Se a competência é federal, estadual ou municipal. E caso não consiga resolver, o judiciário está aí para corrigir”, completa Alves.

O I Fórum de Inovação e Sustentabilidade para a Competitividade é uma realização do jornal CORREIO, Ibama e WWI, com o patrocínio da ABAPA, Fazenda Progresso e Suzano S.A, apoio da Fundação Baía Viva e apoio institucional da FIEB e FAEB/SENAR.