Pronta para novos desafios: GM se prepara para estrear carro elétrico no Brasil

Principal executiva de comunicação da GM na América do Sul fala sobre os rumos da marca no país

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  • Antônio Meira Jr.

Publicado em 28 de setembro de 2021 às 09:03

- Atualizado há um ano

Globalmente a presença feminina na indústria automotiva é pequena. Mas a General Motors se destaca. Desde 2014, a CEO mundial da empresa é a americana Mary Barra. No Brasil, a empresa - que atua com a marca Chevrolet - também tem uma liderança feminina: Marina Willisch, que desde julho de 2019 é vice-presidente de Relações Governamentais e Comunicação da General Motors América do Sul.

Mestre em Direito Corporativo e Economia pela Fundação Getúlio Vargas e Bacharel em Direito pela PUC/SP, a executiva acumula 20 anos de experiência profissional nas áreas jurídica, financeira e tributária, sendo mais de 15 anos de atuação na indústria automotiva.

“A GM está verdadeiramente abraçando a diversidade, equidade e inclusão. Hoje, temos quatro grupos de afinidade ativos só na nossa região, que tratam da inclusão de pessoas negras, deficientes, mulheres e comunidade LGBTQ+. Isso só para citar uma das diversas iniciativas afirmativas que a GM América do Sul está promovendo. Nós queremos ser a empresa mais inclusiva do mundo”, declarou Willisch em entrevista ao AUTOS.

Além da inclusão, a empresa que foi pioneira na implatação do carro conectado no mercado brasileiro, aposta em novas tecnologias e parcerias para reduzir os custos dos veículos elétricos. Marina Willisch, vice-presidente de Marina Willisch, vice-presidente de Relações Governamentais e Comunicação da General Motors América do Sul A GM tem metas globais ambiciosas para eletrificação. Em quanto tempo a senhora entende que os preços desses produtos estarão mais próximos aos dos veículos à combustão? Estamos trabalhando para trazer o preço dos elétricos a um patamar similar aos veículos à combustão em meados desta década. Temos quatro grandes desafios para a massificação do carro elétrico: o primeiro deles é a redução contínua do custo das baterias. A parceria da GM com a LG para o desenvolvimento e a produção em massa de baterias vai levar a redução dos custos a um patamar inferior a US$ 100/kWh. 

O segundo desafio é o conhecimento e aceitação do veículo elétrico pelo consumidor. Mas nossas projeções de mercado apontam que o volume de carros elétricos irá mais do que dobrar de 2025 até 2030, atingindo um volume global em torno de 3 milhões de unidades. O terceiro são as políticas públicas: os governos precisam fomentar o uso da tecnologia. E o quarto é a expansão da infraestrutura: os eletropostos públicos são fundamentais para deslocamentos longos e recargas ultrarrápidas.  Entre os fabricantes de grande volume, a Chevrolet foi pioneira na implantação de carros conectados no país. O que deverá ser implementado com a chegada do 5G? A Chevrolet é a marca que mais investe em tecnologias de conectividade total e que popularizou esse tipo de tecnologia no Brasil com o Onix, a partir de 2012. O nível 1 da conectividade foi o pareamento do celular com a função viva voz do automóvel, o nível 2 foi a capacidade de projetar aplicativos dos smartphones na tela do veículo, o terceiro nível, a possibilidade de comandar funções do veículo por meio do smartphone.

Hoje, estamos no nível 4 de conectividade. Fomos a marca pioneira a lançar wi-fi nativo no carro. Oferecemos também o sistema de telemática OnStar, com mais de 20 serviços de emergência. Com a chegada do 5G abre-se um leque de possibilidades para o início da implementação das cidades inteligentes, quando os veículos poderão se conectar uns com os outros e com o ecossistema em que estão inseridos no trânsito. Esta é a base para conseguirmos alcançar o zero congestionamento. Além disso, será possível aprimorarmos serviços como: melhor cobertura da rede Wi-fi, downloads de música e vídeo mais rápidos, atualizações de software over-the-air mais rápidas, confiáveis e seguras, navegação mais rápida, mapeamento e serviços de voz.  3) A GM é comandada globalmente por uma mulher e, no Brasil, a senhora é a primeira a ocupar um cargo que até então pertencia aos homens. A cultura na indústria automotiva está mudando? Com certeza. Assim como a sociedade em que estamos inseridos está mudando, nossos clientes estão mudando. Nós não poderíamos ficar para trás.  A nossa CEO global, Mary Barra, foi a primeira mulher a assumir a presidência de uma grande montadora globalmente há mais de sete anos. Nós temos o grupo de afinidade GM Women há mais de 20 anos globalmente e há 13 no Brasil. E não estamos mudando só em relação a gênero. A GM está verdadeiramente abraçando a diversidade, equidade e inclusão. Hoje, temos quatro grupos de afinidade ativos só na nossa região, que tratam da inclusão de pessoas negras, deficientes, mulheres e comunidade LGBTQ+. Nós queremos ser a empresa mais inclusiva do mundo.

Qualquer tipo de diversidade traz características distintas para uma liderança. Eu, não só como mulher, mas como brasileira, advogada, com uma trajetória na área tributária, paulistana, casada e mãe, trago todas essas bagagens comigo, além de tantas outras. Dito isso, eu acredito que a liderança feminina tende a ser mais participativa, empática e colaborativa do que a masculina de maneira geral, porém, cada pessoa traz as suas bagagens e não podemos confundir o estilo de liderança com estereótipos, sejam eles de gênero ou outro. 

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