Publicitária relata que foi agredida em jogo do Vitória: 'Me deram tapas no rosto'

Vítima foi ao Barradão com amigos e afirma que não recebeu apoio da polícia

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  • Da Redação

Publicado em 17 de abril de 2022 às 19:44

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: EC Vitória/Divulgação

O que era para ser uma experiência de diversão entre amigos se tornou uma noite de terror para a publicitária Mariana Cardoso durante a partida entre Vitória e Floresta, sábado (16), no Barradão, pela Série C do Campeonato Brasileiro. 

Nas redes sociais, Mariana relatou que foi ao jogo com amigos e, após a partida - que terminou 1x0 para o Floresta -, ela foi agredida por alguns torcedores do Vitória. A publicitária conta que, como não torce para nenhum time de futebol nem nasceu na Bahia, foi ao estádio com uma camisa preta, mas acabou sendo confundida como torcedora do rival Bahia. Ela afirma que os agressores fazem parte da torcida Os Imbatíveis. 

"Ontem, dia 16 de abril de 2022, eu, uma mulher, fui brutalmente agredida, humilhada e acuada por 5 HOMENS UNIFORMIZADOS DA TORCIDA DOS IMBATÍVEIS. Tudo começou quando eu fui convidada por amigos para ir ver o jogo do Vitória no estádio Barradão. Eu por não ser torcedora, muito menos nascida na Bahia, fui com uma camisa sem ser do time ( toda preta!)", iniciou ela. 

"Cheguei lá e respeitei toda a torcida! Me sentei na parte superior do estádio e fiquei com meus amigos assistindo o jogo. Quando acabou o jogo ( o Vitória tinha perdido) eu fiquei com meus amigos esperando a levada maior de torcedores saírem para não pegar multidão. Nesse momento eu tava rindo com amigos de uma mensagem que havíamos recebido! Pronto, esse foi meu erro, rir com meus amigos".

"Quando eu menos esperei, 5 homens me encurralaram e começaram a me fazer um monte de perguntas, começaram a DEDUZIR que por eu estar rindo eu era torcedora do Bahia, nesse momento eles me empurraram e me afastaram dos meus amigos e começaram as ofensas e agressões. Colocaram o dedo na minha cara e me deram tapas no rosto", continua.

Ainda de acordo com Mariana, após conseguir se livrar dos agressores, ela foi até uma equipe da Polícia Militar que estava no estádio, mas não recebeu apoio. Só depois de encontrar uma policial mulher e explicar a situação, ela foi levada até a base da polícia no Barradão. Mesmo assim, as agressões continuaram. 

"Nesse momento eu achei uma PM mulher no meio e me agarrei a ela e disse: 'Me ajude, eles vão me quebrar na porrada'. Sim eu tinha sido ameaçada pelos meus agressores que no momento que eu saísse do estádio eu ia apanhar. Ela viu meu desespero e me abraçou e levou até a base da polícia. Eu saí da arquibancada vaiada e humilhada, como se eu fosse um bicho, uma criminosa. Enquanto isso meus agressores estavam me olhando e rindo. Eu pedia para os policiais irem atrás deles e NADA FOI FEITO!", diz Mariana no relato. 

A publicitária afirma ainda que o delegado de plantão no estádio não registrou ocorrência contra os agressores. 

“Mas lá [base da polícia] eu tive mais uma decepção. Os delegados riram de mim e me mandaram ir pra casa pq tinha coisa mais importante para fazer. Agora eu me pergunto, uma MULHER AGREDIDA não é importante? Pois bem, tive que ir para casa escoltada pelos MEUS AMIGOS, pois nem isso a polícia fez! Agora eu me pergunto, qual o meu erro? Me divertir? Rir com meus amigos? Não ser fanática por um time?”, questiona.

Em contato com o CORREIO, a Polícia Militar informou que, após o jogo, uma mulher procurou policiais do Batalhão Especializado em Policiamento de Eventos (Bepe) e relatou ter sofrido agressões verbais na arquibancada. Ainda de acordo com a PM, a vítima não soube informar quem foram os autores. A nota diz ainda que policiais acompanharam a mulher até a saída do estádio e a orientaram a registrar ocorrência na delegacia. 

Em nota, a Polícia Civil afirma que está apurando a denúncia de mau atendimento feita pela torcedora. A corporação explicou ainda que  disponibiliza tanto a Ouvidoria quanto a Corregedoria para que ela a formalize. E completou dizendo que a instituição realiza capacitações regulares em atendimento, além de incluir módulos especializados no assunto durante os cursos de formação de servidores e nas atualizações feitas pela Academia da Polícia Civil, na capital e no interior.

Já o Vitória informou, através da assessoria, não ter conhecimento do caso.