Qual a diferença no combate das Arboviroses quando a população ajuda?

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  • Da Redação

Publicado em 25 de julho de 2019 às 07:00

- Atualizado há um ano

As arboviroses são causadas pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti e Aedes albopictus. Apesar da existência de numerosos programas de erradicação do Aedes no país, o que vemos é a manutenção de epidemias de dengue e chegada de novos vírus transmitidos pelo Aedes, como aconteceu com o vírus da Zika e da Chikungunya.

O Ministério da Saúde divulgou no seu Boletim Epidemiológico os dados do LIRAa (Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti). Por estes dados mais de 60% dos municípios do país encontra-se em risco para epidemia de arboviroses.

O combate ao Aedes vai além da esfera da saúde, depende de políticas públicas que aumentem o acesso da população ao saneamento básico (tratamento de água, canalização e tratamento de esgotos, limpeza pública de ruas e avenidas). O que é dificultado pelo crescimento desordenado dos centros urbanos.

O Aedes possui hábitos exclusivamente urbanos, reproduzindo-se em criadouros artificiais localizados nos domicílios e em seus arredores. Seus criadouros mais comuns são latas, pneus, vasos e demais utensílios descartados.

A melhor maneira de prevenir é eliminando o mosquito transmissor, o que só é possível com ajuda de toda a população no combate aos criadouros.

Precisamos de cidadãos ativos e preocupados com o controle do Aedes aegypti. Apenas com uma vigilância ativa de cada um de nós no seu domicilio, na vizinhança, na escola, no trabalho e nos locais que costumamos frequentar será possível um controle efetivo destas doenças, consequentemente haverá redução do número de casos notificados anualmente, redução do número de óbitos causados pelas arboviroses e dos casos de microcefalia/mal-formações relacionada ao vírus Zika.

A epidemia de Zika deixou no país e principalmente no Nordeste uma grande quantidade de crianças com sequelas permanentes o que poderia ter sido evitado com um controle vetorial adequado.

Cidade onde não há mosquito, não há transmissão da dengue, zika e chikungunya e o papel da população é essencial.

Nos casos onde o foco do mosquito é detectado e não pode ser eliminado pelos moradores, como em terrenos baldios ou lixo acumulado na rua, a Secretaria Municipal de Saúde deve ser acionada para remover os possíveis criadouros.

Somente a atuação conjunta do governo e da população levarão ao controle da doença no Brasil. São hábitos diários de cada morador dentro das casas que fazem a maior diferença para que não haja criadouros e consequentemente a proliferação do mosquito transmissor da doença

Existem algumas ações que podemos realizar para tentar se prevenir da doença, como passar repelente. Mas, em última análise, o extermínio da população de mosquitos transmissores é a única coisa, atualmente, que pode te livrar 100% do risco de contrair a dengue, a zika e a chikungunya.

*É membro do comitê de Arbovirose da Sociedade Brasileira de Infectologia, infectologista da Vigilância Epidemiológica de Feira de Santana/BA e consultora de Arboviroses do Ministério da Saúde