Qual o preço real de uma obra de arte? A obra é também peça de mercado

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  • Cesar Romero

Publicado em 11 de junho de 2018 às 05:00

- Atualizado há um ano

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Qual o preço real de uma obra de arte? A resposta é de definição complexa. A obra de arte é também um objeto de mercado. Transações de compra e venda. Obedece a lei da oferta e procura. Existem vários tipos de mercados, suas especificidades, temporalidade, aspectos geográficos.

O mercado de arte é subjetivo, heterogêneo, elitista, complexo, misterioso e não se sustenta na visão economicista do mundo. Existem muitas variáveis, estranhas e inesperadas. 

Existem certos critérios estabelecidos para avaliações de obras de arte: trajetória do artista, tempo de trabalho, obra singular, marca autoral, realizações continuadas, essência, produção limitada, premiações relevantes, conceito, criadores de escolas, movimentos, historicidade, técnicas, fortuna crítica, obras assinadas, fases em que o artista foi mais inventivo, dimensões, artista morto, conservação da obra, procedência, representações em eventos de real qualificação e arrojo em seu tempo. Na realidade não existe um caráter matemático, que se possa com precisa segurança mensurar valores. Daí surgirem aberrações, preços superestimados e jogadas de alta periculosidade.

Chega-se ao ponto em que o próprio artista criador, não pode adquirir seu próprio trabalho.

Os preços praticados no mercado internacional e brasileiro por vezes se transformam em grandes irresponsabilidades. Compra-se por investimento, vaidade ou por puro prazer. No caso do investimento a primeira pergunta que ocorre: se um dia eu quiser vender este trabalho, venderei a quem? Acharei comprador, terei algum lucro? Quem investe quer retorno, é a lei da vida, sempre foi assim. Não há futurologia no mercado de arte, o que hoje se vende por milhões, depois de duas décadas, até menos, não valerá um décimo do investido. Também ocorre o contrário.

No Brasil o grande movimento de compra e venda se dá no eixo Rio – São Paulo. Lá existem grandes colecionadores e poder econômico. Fama não significa talento. Não se compra no susto, nem por deslumbre ou status.

O colecionador Europeu e Norte Americano, antes de investir numa peça de arte, estudam o artista, sua produção, seu mercado presumido, informa-se em minúcias, compara investimentos, para depois efetuar a compra.

Entre os quadros mais caros do mundo destacam-se Salvator Mundi de Leonardo da Vinci – US$ 450,3 milhões – comprador desconhecido em 2017 e os Jogadores de Cartas de Paul Cézanne – US$ 260 milhões, comprado pela família real do Qatar em 2011.

O tempo, com sua magia, certamente desvendará verdades. Ficará o bom, o legítimo, e o preço da arte talvez possa se aproximar da realidade.