Quando testemunhamos a história ser escrita

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  • Ivan Dias Marques

Publicado em 2 de julho de 2019 às 05:00

- Atualizado há um ano

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Creio que todos nós que assistimos televisão com alguma frequência já estivemos naquela situação de ficar ‘zapeando’ canais até encontrar algo útil para assistir. O mais legal é quando, sem planejamento, assistimos à história acontecer perante nossos olhos. O domingo (30) à tarde sem futebol sendo transmitido - nacional, continental, europeu ou Copa do Mundo feminina - estava meio chato quando parei na transmissão da Diamond League. Naquele momento, a intenção era mostrar a minha filha uns esportes diferentes, para distrair ela, que fazia birra por algum motivo. E aí foram os 400 m rasos, salto em altura, salto com vara, 1.500 m rasos... até que começaram a mostrar o arremesso de peso. Estava lá Darlan Romani, brasileiro que vem tendo ótimos resultados nos últimos anos, em primeiro lugar. No momento da segunda tentativa, o americano Ryan Crouser - líder do ranking e  campeão olímpico - passou Romani. Minha filha Luísa, do alto dos seus 4 anos, disse: “Quero que o do Brasil ganhe”. E lá fomos nós torcer por Romani mais atentamente. À medida que o catarinense batia o recorde sul-americano seguidamente (eu sabia pela legenda na transmissão original), eu começo a entender que estávamos presenciando a história sendo escrita. Romani terminou campeão e com 22,67 m, 10ª maior marca da história e que seria suficiente para ele ser campeão olímpico em quaisquer Jogos disputados até hoje. No Rio-2016, Crouser fez 22,52 m, atual recorde olímpico. O mundial, só por curiosidade, é de  23,12 m, do também americano Randy Barnes e já dura 29 anos. Aliás, o atletismo é o esporte mais inclusivo do mundo, seguido de perto por vejam só, o futebol americano (na minha opinião mesmo). Sem contar as diversas categorias de esporte paralímpico - para deficientes físicos, visuais e motores -, há espaço para gente alta, baixa, magra, gorda, nova, velha, forte, fraca e por aí vai. Qualquer um pode se adaptar.História parte 2 Na segunda-feira (1), a história foi escrita novamente e só testemunhei pela telinha do celular. Tenho assistido bastante tênis e meu amigo Pato me questionou pelo WhatsApp: “Vale uma apostinha nessa menina Gauff?”. Eu disse que não, afinal, Cori Gauff, 15 anos, iria encarar Venus Williams na primeira rodada de Wimbledon. Cori é um fenômeno, mais nova a chegar numa final de Grand Slam juvenil e beirando o Top 300 do mundo (é ex-número 1 juvenil) enquanto ainda está no ensino médio de uma escola na Flórida. Passou pelo qualifying com poucos sustos, mas daí a bater Venus, pentacampeã de Wimbledon e que já era campeã na grama inglesa quando a compatriota nem tinha nascido!? Um pouco demais. Não foi. Gauff quebrou Venus no primeiro set e venceu por 6/4. Quebrou de novo na segunda parcial e sacou pro jogo. Na hora do último ponto, o nervosismo bateu e ela desperdiçou o primeiro match point. Salvou um break, voltou à frente e fechou o jogo com outro 6/4. A história, mais uma vez, sendo escrita perante nossos olhos. O esporte é maravilhoso. 

Ivan Dias Marques é subeditor de Esporte e escreve às terças-feiras