Quatro milhões não tomaram segunda dose anticovid no Brasil

Ministro da Saúde diz que vacinas são seguras

Publicado em 27 de junho de 2021 às 12:09

- Atualizado há um ano

. Crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Quatro milhões de brasileiros estão com a segunda dose em atraso, informou o Ministério da Saúde (MS), neste domingo (27). O ministro da pasta, Marcelo Queiroga, diante dos números, convocou essas pessoas para comparecerem aos postos e completarem o esquema vacinal. “As vacinas são seguras e devem ser utilizadas”, disse ele em entrevista ao programa Brasil em Pauta, que vai ao ar às 20h30 deste domingo. “Vocês devem confiar nas vacinas”, afirmou.

Sobre os brasileiros que estariam escolhendo o imunizante, Queiroga disse que “vacina boa  é a que está disponível no posto e é aplicada em cada um dos brasileiros”. O ministro lembrou que todos os imunizantes disponíveis para vacinação no Brasil receberam o aval da Anvisa e, portanto, são seguros e eficazes.

Marcelo Queiroga reiterou que, até setembro deste ano, todos os brasileiros com idade acima de 18 anos já terão tomado a primeira dose da vacina e, até dezembro, a segunda. “O Ministério da Saúde tem trabalhado fortemente para antecipar as doses de vacina para fazer nossa campanha acelerar”. Segundo ele, já são mais de 600 milhões de doses contratadas, e o ministério já está se preparando para 2022.

Gestantes

O ministro falou também sobre a vacinação de gestantes pelo Programa Nacional de Imunização (PNI). Segundo ele, já foram aplicadas mais de 87 mil doses em grávidas em todo o Brasil. Queiroga lembrou que o Ministério da Saúde ainda recomenda que se vacinem apenas as gestantes com comorbidades, mas adiantou que a pasta deverá ter um posicionamento para a vacinação de grávidas sem comorbidades nas próximas semanas.

A imunização de gestantes que não são do grupo de risco foi interrompida em maio deste ano, após o falecimento de uma grávida que tomou a vacina da Oxford/AstraZeneca. Ainda não se sabe se realmente foi o imunizante que provocou a morte da mulher. Depois desse episódio, a vacinação com a AstraZeneca em grávidas foi interrompida.

De acordo com Queiroga as vacinas com o vírus inativo são seguras para as gestantes. “Hoje, a orientação é vacinar [as grávidas] com Pfizer e Coronavac”, afirmou o ministro. Segundo ele o PNI, por meio da Secretaria de Vigilância, acompanha as gestantes que fazem o uso da vacina. Queiroga disse que grávidas que tomaram a vacina da AstraZeneca antes da suspensão poderão tomar a segunda dose após o puerpério (45 dias depois do nascimento do bebê).

Estratégia diversificada

O ministro destacou as diversas frentes que o governo brasileiro vem adotando para a aquisição de vacinas. Entre elas estão a adesão ao mecanismo Covax Facility, a parceria com  farmacêuticas do exterior como Pfizer e Janssen, o contrato firmado com o Instituto Butantan, que produz a CoronaVac e, sobretudo, o mecanismo de transferência de tecnologia firmado entre a Fiocruz e a AstraZeneca. “Isso resultou numa vacina segura, eficaz, efetiva e custo-efetiva, então o preço da vacina é bastante interessante, um preço menor que US$ 4 por dose”, disse. 

Estudos

No programa, Queiroga comentou os estudos com vacinas que estão sendo realizados em Botucatu (SP) e Paquetá (RJ), que contam com o apoio do Ministério da Saúde. “Mostrando o compromisso do governo brasileiro com a pesquisa,  a ciência e a evolução da  medicina de uma maneira geral e o fortalecimento do nosso complexo industrial da saúde”.