Que tal trocar o licor por um vinho licoroso em seu São João?

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  • Paula Theotonio

Publicado em 21 de junho de 2019 às 11:40

- Atualizado há um ano

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O Jerez espanhol é exclusivamente branco  (foto/divulgação) Não tem quentão, cerveja e nem whisky certos. No São João, o baiano gosta mesmo é de um bom licor para esquentar as noites frias de inverno. Entre os bebedores de vinhos, há quem lance mão dos vinhos licorosos – de maior teor alcoolico e dulçor elevado.

Diferente dos destilados saborizados de jenipapo, por exemplo, os vinhos licorosos são elaborados a partir da fermentação alcoólica do mosto das uvas, sejam elas tintas ou brancas. O que os diferencia dos demais vinhos tranquilos é a adição de aguardentes de uva ou de um brandy; e/ou vinificação das uvas com nível mais alto de açúcar natural.

A seguir, veja alguns destaques nessas categorias.

FORTIFICADOS

1. Vinho do Porto

Esta joia do Douro, em Portugal, é o mais famoso de todos os vinhos licorosos, e pode ser encontrado nas versões tinta e branca. Para que ele se torne a potência que conhecemos, é adicionado uma aguardente de vinho durante a fermentação – processo conhecido como fortificação. Isso “mata” as leveduras que estavam no tanque ou barrica transformando açúcar em álcool, garantindo alto nível alcoolico e bastante dulçor na taça. Depois disso, a bebida passa por envelhecimento em madeira: de 2 a 3 anos no estilo Ruby, e pelo menos 5 anos no estilo Tawny. O vinho Madeira tem um processo diferenciado de produção (foto/divulgação) 2. Madeira

Natural da atlântica Ilha de Madeira, este exemplar tem um processo diferenciado de produção. A fermentação pode ser parcial ou total, e o momento da fortificação com álcool vínico será definido de acordo com o grau de doçura pretendido. Em seguida, o vinho é aquecido: seja em cubas de inox (estufagem) ou lentamente em barris de madeira expostos ao calor natural (canteiro). Essa estratégia é uma tentativa de recriar as condições de transporte das garrafas na época das grandes navegações, quando esse fortificado surgiu. É ele quem, originalmente, compõe a receita de Molho Madeira!

3. Jerez (ou Xerez, Sherry...)

Este exemplar espanhol é exclusivamente branco, feito a partir das uvas Palomino, Pedro Ximénez ou Moscatel. Diferente dos Vinhos do Porto, adiciona-se o álcool vínico após a fermentação. Logo depois desse processo, o vinho amadurece em barris de madeira, ganhando diferentes cores e aromas. São diversos os estilos, com menos ou mais álcool e açúcar, menor ou maior tempo de envelhecimento, mas todos valem a pena. Uma curiosidade: Os Jerez de Pedro Xinénez têm suas uvas desidratadas sob o sol após colhidas, num processo conhecido como passificação. E somente neste caso, a fortificação é feita no início da fermentação.

Há diversos outros fortificados pelo mundo: Marsala (Itália), Moscatel de Alexandria (Portugal), Banyuls (França)...

COLHEITA TARDIA

1. Botritizados: Sauternes e Tokaji

Da região de Bordeaux, na França, os rótulos de Sauternes serão sempre brancos – elaborados com as castas Sémillon, Sauvignon Blanc e Muscadelle. Aqui, a desidratação é biológica: em fase final de maturação, as uvas são expostas aos fungos Botrytis cinerea, que rompem as cascas e facilitam a evaporação da água do fruto. Esse processo é chamado de “podridão nobre” (péssimo nome, né?) e concentra açúcares e ácidos, proporcionando grande complexidade aromática. O equivalente húngaro é o icônico Tokaji (fala-se “Tokai”). Ambos também são conhecidos como “vinhos botritizados”.

2. Late Harvest...

Nada de passificação ou fungos: os vinhos Late Harvest são basicamente elaborados com uvas sadias, colhidas já sobremaduras. A desidratação é natural e ocorre ainda no pé da vinha. São mais facilmente encontrados em diversas vinícolas pelo mundo e, normalmente, ganham aromas e sabores cítricos.

3. Icewine ou Eiswein

Tão raros quanto interessantes, os “ice wine” são preparados a partir de uvas congeladas em países mais frios, como Canadá e Suíça. Os frutos são colhidos e processados “pedrados” e todo o gelo – formado por água pura – não se mistura com o sumo, deixando um suco superconcentrado. O mosto então passa por fermentação em tanques, o que leva de três a quatro meses. O dulçor é natural, residual da fruta; e o álcool é o que resultou da fermentação – sem adições ou ajustes.

E aí, ficou tentando(a) a fazer a troca de um licor por um vinho licoroso?