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Da Redação
Publicado em 13 de outubro de 2021 às 14:16
- Atualizado há 2 anos
O governador Rui Costa comentou nesta quarta-feira (13) a morte de seis pessoas em uma chacina durante uma festa 'paredão' no bairro do Uruguai, em Salvador. Outras doze pessoas ficaram feridas. Rui voltou a insistir que o debate sobre violência deve ser "mais amplo" do que acontece atualmente, criticou medidas do governo Bolsonaro que facilitaram acesso a armamento e disse que quem dá dinheiro ao tráfico de drogas financia o crime.>
"Insisto, a gente precisa fazer esse debate nacionalmente sobre o crime organizado, marco legal, tráfico de drogas. Para quem é consumidor, as pessoas se sentem ofendidas... Mas é fato. Quem está financiando a morte desses jovens infelizmente é o fluxo financeiro do comércio das drogas. A gente goste ou não. O debate precisa ser amplo", afirmou.>
Primeiro, Rui disse que o aumento da violência acontece em todo Brasil por conta do aumento da miséria. "Infelizmente o Brasil, se vocês recuperarem minhas entrevistas de 1, 2 anos atrás, vão ver eu dizer que o Brasil ia aumentar a violência. Desemprego disparou. Pobreza, fome... Vi matérias falando que em várias cidades grandes a fome voltou. Isso é um desespero, associado ao tráfico de drogas", disse o governador.>
"Infelizmente não é o que desejamos, mas era o esperado diante do aumento da miséria e desemprego promovido por esse governo (Bolsonaro) desastroso, que vai estar marcado na história do país como o pior", acrescentou ele, que criticou novamente o governo federal. "Além de ser ruim e incompetente, é um governo que estimula a violência. Estimula inclusive crianças a fazerem sinais com armas. Um presidente que dá aval a que armas cheguem mais facilmente nas mãos de criminosos. Ontem recebi boletim, na operação em Valéria, bandidos foram mortos em confronto com a polícia com armamento pesado, novo", afirmou Rui.>
O governador disse que espera que o Congresso Nacional tome medidas para diminuir as medidas do que chama de "liberação excessiva de armas". Também afirmou que é preciso haver um debate nacional sobre mudança no Código Penal, "para que essas pessoas que são presas sucessivamente com armas possam ficar mais tempo na cadeia".>
"Não me imagino vendo na Alemanha, Inglaterra, França, alguém preso com fuzil, escopeta ou estoque de armamento e em poucos dias ou semanas já estarem soltas. O sistema de segurança é um sistema, não é só a ação policial. Se você prende e no outro dia está solto, volta a cometer crime", avaliou. "É preciso ampliar o foco, horizonte, para debater todo sistema de segurança".>
Ele parebenizou as polícias da Bahia pelas ações de enfrentamento ("de forma determinada, corajosa") e disse que o governo investe também em educação, esporte e cultura, para deixar de alimentar o mundo do crime com pessoas.>