Quem tem medo de vacina é vacilão (ou só está muito mal informado)

As notícias que marcaram a semana

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  • Andreia Santana

Publicado em 28 de agosto de 2021 às 05:00

- Atualizado há um ano

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Dois adolescentes, de 16 e 17 anos, quebraram frascos de vacina anticovid na quinta-feira (26), em Brasília (DF), após saberem no posto que ainda não tinha chegado a vez deles de se imunizarem. Na Bahia, o ‘piti’ dos novinhos têm outro motivo: a turma na faixa dos 18 aos 21 anos não está comparecendo aos pontos de imunização para se proteger e ajudar a proteger as próprias famílias e o restante da sociedade. 

Segundo dados dos vacinômetros da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab) e da Secretaria Municipal de Saúde de Salvador (SMS), 50 mil pessoas nessa faixa etária ainda não haviam tomado sua injeçãozinha até a terça-feira (24). Do público acima dos 18, até a sexta (27), 98 mil pessoas na capital ainda não tinham ido aos postos se imunizar.

Entre os motivos alegados pelos novinhos para a fuga da vacina, tem desde medo de seringa até receio dos efeitos colaterais. No entanto, vêm sendo divulgado largamente informações sobre esses efeitos, que são leves, do tipo febre baixa e uma dor no braço no local da picada. Algumas pessoas sentem dor de cabeça, mas nada que um analgésico não resolva. Muito pior do que o efeito da vacina é a doença covid-19, que na sua forma mais grave mata ou deixa sequelas que levam meses para sarar.  Efeitos colaterais graves das vacinas atingem menos de 1% dos imunizados (Foto: Mike Sena / Ministério da Saúde) Prefeitura e Governo do Estado concordam que é preciso reforçar a campanha de conscientização dos mais jovens, para motivá-los a saírem de casa e irem aos postos. Há casos, inclusive, que não ocorrem por questão familiar, como ter pais e mães negacionistas e anti-vacina. Jovens relataram ao CORREIO, essa semana, que as famílias até os mandam tomar a vacina, mas o medo acaba sendo maior quando veem que amigos imunizados tiveram algum efeito colateral dos que são comuns à qualquer tipo de vacina.

A questão do medo é que ele vem da falta de conhecimento e de acesso a informações de qualidade. Muitos jovens andam com o celular para cima e para baixo, tiram selfie, mas não leem noticiário, se informam pelo WhatsApp – que não é fonte confiável com tantos grupos disparando fake news - ou com amizades que têm tão pouco acesso quanto eles. A campanha que se pensar para estimular vacinação, além de falar a linguagem divertida das redes sociais, precisa também garantir explicações que ajudem essa juventude a entender a importância da vacina para eles mesmos, seus amigos e familiares.

Muita gente tem medo de vacina apenas por desconhecimento e também porque, de alguns anos para cá, proliferam conteúdos duvidosos recheados de teorias da conspiração e que negam a importância e a validade da ciência. Nas redes sociais, já tem pesquisa comprovando isso, os algoritmos costumam ranquear melhor informações bizarras e sensacionalistas. Nesses ambientes virtuais, infelizmente, essas teorias se criam.

Além disso, a psicologia mostra que os jovens tendem mais a confiar uns nos outros do que nos mais velhos. Mais do que saber falar a língua dos jovens, para levar os novinhos aos postos, será preciso também conquistar-lhes a confiança. Ou então, assim como já acontece com os mais velhos, aplicar sanções, porque vacina é questão de saúde pública e saúde pública não se resolve com ‘piti’. 

OUTROS DESTAQUES DA SEMANA

Ministro agora mira em crianças com deficiência

Depois de disparar contra as universidades, dizendo que ‘elas não são úteis’, o ministro da Educação, Milton Ribeiro, voltou a comentar a questão da inclusão de crianças com deficiência em escolas na terça (24), no programa Direto ao Ponto, da rádio Jovem Pan. Ribeiro afirmou que não quer o "inclusivismo" (sic) dessas crianças nas escolas, levantando uma onda de protestos de educadores e pais ao longo da semana no país.

No mesmo dia da fala do titular do MEC, o Supremo Tribunal Federal (STF) recebeu representantes de 58 instituições para discutir a Política Nacional de Educação Especial, que entre outras medidas, sugere que as crianças com deficiência devem estudar em classes ou escolas especiais, ou seja, um retrocesso social, já que inclusão visa garantir dignidade e cidadania plena às pessoas com deficiência.

Luto no rock Charlie passou a fazer parte dos Stones em 1963 (Foto: Divulgação) O baterista da banda Rolling Stones, Charlie Watts, morreu aos 80 anos, na terça (24), em Londres (Reino Unido). A morte do músico causou grande comoção entre famosos e anônimos. Artistas e fãs da elegância e do estilo de tocar de Watts fizeram homenagens a ele nas redes sociais, pontuadas de fotos e histórias. Mesmo quem nunca o viu de perto, tinha um relato de evento embalado pelos Stones para contar. Charlie havia passado por um procedimento cirúrgico recentemente e estava internado. Por conta disso, o baterista ficaria de fora da turnê da banda, que estava prevista para começar em 26 de setembro. Na sexta-feira (27), a imprensa britânica divulgou que os Stones remanescentes – Mick Jagger, Keith Richards e Ron Wood - vão cumprir a agenda da turnê como uma espécie de tribulo para Watts.

Novela sob críticas Cena criticada envolvia os personagens Pilar (Gabriela Medvedovski) e Samuel (Michel Gomes) (Foto: Reprodução/TV Globo) A novela das 18h, da Globo, ‘Nos tempos do imperador’, que vinha recebendo elogios da mídia especializada em TV, virou alvo de críticas de artistas e representantes do movimento negro, essa semana, nas redes sociais, ao exibir uma cena equivocada e que, infelizmente, ajuda a reforçar argumentos usados, geralmente, por pessoas racistas. No discurso de um personagem preto que tem uma namorada branca, os roteiristas colocaram uma fala que compactua com o falacioso “racismo reverso”, uma criação da branquitude para tentar reverter o jogo perverso do preconceito racial, mas que não se sustenta diante dos fatos históricos e sociais derivados da escravidão. A autora Thereza Falcão se desculpou pelo “erro grosseiro”, mas faltou consultoria ao roteiro.

Para refletir Krishna ficou famosa no Twitter (Foto: Reprodução) "Antigamente um dos únicos caminhos de felicidade feminina era o casamento. Hoje temos várias opções para nos sentirmos bem e realizadas. Se olhar com atenção, essa pressão pelo relacionamento nem combina com o nosso estilo de vida, Krishna Influencer de 26 anos, em entrevista na sexta-feira (27) sobre seu livro ‘Os Dez (ou mais) mandamentos da solteira’. Krishna ficou famosa ao narrar episódios envolvendo sua solteirice, com bastante humor ácido. no Twitter.