'Queremos que se torne referência', diz coordenadora do hospital no Fazendão

Unidade de retaguarda já começou a receber pacientes de baixo risco vindos de outro hospital

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  • Vinicius Harfush

Publicado em 31 de março de 2020 às 18:59

- Atualizado há um ano

. Crédito: Carol Garvia/GOVBA

O antigo centro de treinamento do Bahia, o Fazendão, deve receber mais cinco pacientes a partir de desta quarta-feira (1). A estrutura provisória, que já tem três pessoas em tratamento, foi montada para receber aqueles que não têm o diagnóstico de Covid-19 e que possuam outras doenças de baixa complexidade.

Durante a pandemia do novo coronavírus, o intuito do espaço, que fica no bairro de Itinga, em Lauro de Freitas, é desafogar os hospitais da rede pública, que podem ficar superlotados com o avanço da doença.

A médica e diretora da unidade, Normélia Quinto, destacou que o papel do Hospital Fazendão, como tem sido chamado, é permitir que outras unidades de saúde tenham seus leitos vagos durante a pandemia. Ela acredita que já na próxima semana, todos os espaços montados no centro esportivo já estarão preenchidos. “É uma unidade adaptada e que tem uma equipe nova que está se adaptando. Por isso, estamos recebendo os pacientes devagar”, informou Normélia.

Ainda segundo ela, profissionais foram trazidos de outras unidades de saúde públicas e foram treinados para o trabalho no dia a dia. Para que as informações dos pacientes não sejam perdidas durante a transferência de uma unidade para outra, a equipe de gestão de leitos do Hospital Fazendão estará em constante contato com os grupos dos outros hospitais. “Queremos uma unidade de qualidade, que se torne uma referência. Mesmo que ela seja de retaguarda”, disse Normélia. 

Como já havia sido anunciado pelo governo estadual, Sesab confirmou que no total serão 44 leitos clínicos e que essa ocupação acontecerá pela mediação da Central Estadual de Regulação. Os três internados chegaram do Hospital Octávio Mangabeira. 

A diretora enfatizou que o espaço se trata de um hospital de retaguarda, ou seja, os pacientes só chegam lá a partir de outros hospitais, que tenham registrado um quadro clínico mais simples: “Aqui não é um hospital de demanda aberta. A pessoa não chega aqui, procura emergência e fica na fila. Os pacientes vêm depois que a equipe médica constata que ele é [um paciente] de baixo risco”.

Na operação, estão envolvidos 130 profissionais, que se dividem entre as equipes de segurança, higiene, gestão e médica, formada por enfermeiros, auxiliares de enfermagem, psicólogos, médicos e profissionais do Sistema de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). A Sesab ainda afirmou que terão disponíveis motoristas para as ambulâncias 24h por dia. 

Normélia também afirmou que ainda não há uma previsão de até quando a unidade de retaguarda funcionará. “Depende do controle da pandemia. Ele foi criado para atender as demandas geradas pelo coronavírus. Enquanto for necessário gerar espaço em outro hospitais, estaremos trabalhando”, finalizou. 

* Com orientação da subeditora Clarissa Pacheco