Raio-X: As falhas do Vitória nos oito jogos de jejum na Série B

CORREIO destrincha a sequência sem triunfos que fez o rubro-negro despencar na tabela

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  • Daniela Leone

Publicado em 3 de novembro de 2020 às 05:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Letícia Martins / ECVitória

O Vitória despencou na tabela da Série B do Campeonato Brasileiro. Em pouco mais de um mês, o rubro-negro caiu oito posições na classificação e viu a chance de se tornar um dos protagonistas do torneio ficar cada vez mais remota. Pior, a possibilidade de entrar na zona de rebaixamento é real. O Leão pagou um preço alto pela má campanha apresentada após a metade do primeiro turno e vai buscar a reabilitação no segundo.

O rubro-negro recomeçará a caminhada no domingo (8), quando reencontra na primeira rodada do returno da Série B o adversário da estreia do campeonato. A bola rola às 16h, no estádio Castelão, em São Luís, no Maranhão. Em 8 de agosto, melhor para o Vitória: 1x0 no Barradão. Com 21 pontos, o time está na 14ª colocação, a 10 pontos do G4 e a apenas dois da zona de rebaixamento. Na 8ª posição, com 27 pontos, a equipe maranhense persegue o Juventude, que soma 31 e é dono do 4º lugar.

É preciso olhar para o futuro sem deixar de prestar atenção aos erros do passado que fizeram o time chegar à situação delicada atual. Por isso, o CORREIO analisou os oito últimos jogos feitos pelo Vitória na Série B, que compõem a sequência sem triunfos do clube no campeonato. O último triunfo foi comemorado há mais um mês, em 26 de setembro, na 11ª rodada: 3x1 contra o Oeste, no Barradão. Após o resultado, o rubro-negro ficou em 6º lugar, a quatro pontos do G4 e a oito do Z4. No entanto, de lá para cá, o torcedor só colecionou decepção. Veja mais abaixo.

COMANDOS DISTINTOS

O primeiro tropeço foi contra o CSA. A derrota por 1x0, dia 29 de setembro, no Barradão, deu início ao jejum rubro-negro. O time ainda era comandado por Bruno Pivetti. Ele ainda esteve à frente do empate em 1x1 com o Operário, no estádio Germano Kruger, em Ponta Grossa, e na derrota por 2x1 para o América-MG, em Salvador, que culminou na demissão do treinador. Pivetti deixou a Toca com o Vitória na 10ª colocação da Série B, com 18 pontos, a cinco do G4 e a cinco da zona.

Ainda sem vencer, Eduardo Barroca estreou na derrota por 2x1 para o Avaí, no Barradão, e lamentou outros quatro tropeços, os empates com Chapecoense, na Arena Condá, e Guarani, no Barradão, ambos por 1x1, derrota para o Botafogo-SP por 2x1, no estádio Santa Cruz, e empate sem gols com o Brasil de Pelotas, em Salvador, na sexta-feira passada, no fechamento do primeiro turno.

ATAQUE EM BAIXA

Nesse período, o Vitória só marcou seis gols, média de 0,75 por partida. Autor de dois, ambos em cobrança de pênalti, o artilheiro da sequência maldita é o lateral esquerdo Thiago Carleto. O zagueiro João Victor assinou um e os outros três foram marcados por atacantes: Léo Ceará, de pênalti, Ewandro e Jordy Caicedo, único jogador a mudar o placar após deixar o banco de reservas. O primeiro e o último da sequência foram os únicos jogos em que o time não encontrou o caminho das redes. O Leão passou em branco contra CSA e Brasil de Pelotas.

Apenas dois gols saíram após assistências. Thiago Carleto deu uma e Léo outra. Todos os tentos foram feitos de dentro da área, sendo dois deles na pequena área. Três saíram em cobrança de pênalti, dois de cabeça e apenas um rasteiro com bola rolando. Há equilíbrio no quesito tempo de jogo. Três gols foram marcados na etapa inicial e outros três na final.

QUANDO O RIVAL ACHA ESPAÇO

Nesses oito últimos jogos, o Leão teve a rede vazada em 10 oportunidades. A média é de 1,25 gol por partida. A defesa só não sofreu gol contra o Brasil de Pelotas. Os números mostram que o Vitória está mais suscetível a falhas no começo do jogo. Sete gols foram lamentados até os 26 minutos do 1º tempo. Os outros três ocorreram no 2º tempo, em momentos distintos, aos 24, 34 e 46 minutos.  

Os rivais chegaram quatro vezes pelo lado direito do campo e três pelo esquerdo. É por baixo que eles encontram o caminho, já que apenas um dos 10 gols marcados pelos rivais foram anotados de cabeça. E eles chegam perto. Somente um tento saiu de fora da área. Seis foram feitos na grande área e um na pequena área. Dois saíram em cobranças de pênalti.

APROVEITAMENTO E FATOR CASA

O Vitória conquistou só quatro dos 24 pontos possíveis nos últimos oito jogos. O aproveitamento do time é de apenas 16,66%. O desempenho como mandante influenciou bastante nessa estatística. Foram cinco jogos no Barradão. As três derrotas e os dois empates significam um rendimento de apenas 13,33% dentro de casa. Outros três jogos ocorreram longe de Salvador. O rubro-negro empatou duas vezes e perdeu uma: 22,22% de aproveitamento. 

Como aconteceu o jejum rubro-negro na Série B:

Tropeço 1

12ª rodada - 29/09 Vitória 0x1 CSA Estádio: Barradão Técnico: Bruno Pivetti Posição antes da rodada: 6º lugar, 17 pontos (a 4 pontos do G4 e a 8 do Z4) Posição após fechamento da rodada: 7º lugar, 17 pontos (a 4 pontps do G4 e a 6 do Z4) Gol sofrido: aos 12 minutos do 1º tempo, marcado pelo atacante Paulo Sérgio. Adversário invadiu a grande área pelo lado esquerdo e chutou de pé direito. Contou com o fato de Ronaldo ter saído mal do gol.

Tropeço 2

13ª rodada - 02/10 Operário 1x1 Vitória Estádio: Germano Kruger Técnico: Bruno Pivetti Posição após fechamento da rodada: 8º lugar, 18 pontos (a 4 pontos do G4 e a 5 do Z4) Gol marcado: aos 8 minutos do 2º tempo, marcado por Ewandro, de cabeça, na grande área, após cruzamento de Thiago Carleto. Gol sofrido: aos 46 minutos do 2º tempo, marcado por Jefinho. Após receber cruzamento vindo da direita, o atacante cabeceou na grande área.

Tropeço 3

14ª rodada - 06/10 Vitória 1x2 América-MG Estádio: Barradão Técnico: Bruno Pivetti Posição após fechamento da rodada: 10º lugar, 18 pontos (a 5 pontos do G4 e a 5 do Z4) Gol marcado: aos 33 minutos do 1º tempo, marcado pelo lateral esquerdo Thiago Carleto, de pênalti. Gol sofrido: o primeiro saiu aos 6 minutos do 1º tempo, após Ademir invadir a grande área pela direita e marcar um golaço de pé esquerdo. Depois aos 26 minutos do 1º tempo, houve bate-rebate e a bola sobrou livre na grande área para o atacante Felipe Azevedo marcar de pé direito. 

Tropeço 4

15ª rodada - 10/10 Vitória 1x2 Avaí Estádio: Barradão Técnico: Eduardo Barroca Posição após fechamento da rodada: 13º lugar, 18 pontos (a 6 pontos do G4 e a 4 do Z4) Gol marcado: aos 4 minutos do 1º tempo, pelo zagueiro João Victor. Após cobrança de escanteio de Thiago Carleto, houve bate-rebate até a bola sobrar para João Victor cabecear de dentro da pequena área. Gols sofridos: ambos marcados de pênalti pelo meia Valdívia, aos 9 minutos e aos 17 do 1º tempo. 

Tropeço 5

16ª rodada - 17/10 Chapecoense 1x1 Vitória Estádio: Arena Condá Técnico: Eduardo Barroca Posição após fechamento da rodada: 13º lugar, 19 pontos (a 8 pontos do G4 e a 4 do Z4) Gol marcado: aos 16 minutos do 2º tempo, marcado pelo lateral esquerdo Thiago Carleto, de pênalti. Gol sofrido: aos 23 minutos do 1º tempo, feito pelo meia Paulinho Moccelin, que invadiu a grande área pela esquerda e bateu cruzado de pé esquerdo. 

Tropeço 6

17ª rodada - 22/10 Vitória 1x1 Guarani Estádio: Barradão Técnico: Eduardo Barroca Posição após fechamento da rodada: 13º lugar, 20 pontos (a 7 pontos do G4 e a 2 do Z4) Gol marcado: aos 8 minuntos do 1º tempo, marcado pelo centroavante Léo Ceará, de pênalti.  Gol sofrido: aos 34 minutos do 2º tempo pelo atacante Rafael Costa. Após jogada pela esquerda, a bola sobra para ele fazer na pequena área de pé direito. 

Tropeço 7

18ª rodada - 25/10 Botafogo-SP 2x1 Vitória Estádio: Santa Cruz Técnico: Eduardo Barroca Posição após fechamento da rodada: 14º lugar, 20 pontos (a 8 pontos do G4 e a 1 do Z4) Gol marcado: aos 40 minutos do 2º tempo, pelo centroavante Jordy Caicedo. Léo cruza da direita e o equatoriano completa para o gol de pé direito de dento da pequena área. Gols sofridos: aos 55 segundos do 1º tempo, marcado pelo atacante Judivan, e aos 24 minutos do 2º tempo, comemorado pelo volante Ferreira. Após jogada pela direita, Judivan completa da grande área de pé direito. Depois, pelo lado direito do campo, de fora da área, Ferreira acerta de pé direito o ângulo. 

Tropeço 8

19ª rodada - 30/10 Vitória 0x0 Brasil de Pelotas Estádio: Barradão Técnico: Eduardo Barroca Posição após fechamento da rodada: 14º lugar, 21 pontos (a 10 pontos do G4 e a 2 do Z4)