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Da Redação
Publicado em 11 de maio de 2020 às 08:27
- Atualizado há 2 anos
Esta segunda-feira (11) será um dia movimentado nas investigações sobre a suposta interferência do presidente Jair Bolsonaro na Polícia Federal (PF). >
Segundo o G1, três das principais figuras do caso prestarão depoimento: o diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem, o ex-superintendente da PF no Rio de Janeiro, Ricardo Saadi, e o ex-diretor-geral da PF Maurício Valeixo.>
Ramagem e Saadi irão falar na sede da PF em Brasília, enquanto o depoimento de Valeixo será conduzido na superintendência da corporação em Curitiba. No caso do ex-diretor-geral, a audiência deve ser realizada às 10h.>
O inquérito foi aberto pela Procuradoria-Geral da República (PGR), com autorização do Supremo Tribunal Federal (STF), depois que o ex-ministro da Justiça Sergio Moro pediu demissão do cargo, no fim de abril. Ele disse ter sido pressionado por Bolsonaro a fazer mudanças na cúpula da Polícia Federal.>
Ramagem e Saadi, ambos delegados da Polícia Federal, foram citados por Moro em um depoimento de oito horas prestado no último dia 2, em Curitiba. O mesmo aconteceu com o ex-diretor-geral da PF Maurício Valeixo, que será ouvido na manhã desta segunda, também na capital paranaense.>
Ao todo, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello autorizou a tomada de 10 depoimentos no inquérito – todos, marcados para esta semana e relacionados às afirmações de Moro.>
Mais depoimentos Além das três testemunhas-chave, serão ouvidos pela Polícia Federal outros três delegados da corporação citados por Moro em depoimento. Todos ocupam ou ocuparam cargos de direção na PF desde o ano passado.>
A PGR também colherá o depoimento de três ministros do governo Jair Bolsonaro: Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo); Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional); e Braga Netto (Casa Civil). A audiência dos três está marcada para às 15h desta terça-feira (12), no Palácio do Planalto.>
Os ministros foram citados por Moro porque estiveram em uma reunião de governo em que, supostamente, Bolsonaro fez cobranças públicas sobre as trocas na PF. O vídeo dessa reunião foi entregue pelo governo ao STF, e está temporariamente sob sigilo.>
A lista também inclui a deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP). Ela deve ser ouvida nesta terça, às 15h, na sede da PF em Brasília.>
Em mensagens apresentadas por Moro aos investigadores como prova – e reveladas pelo Jornal Nacional –, a deputada pede que o então ministro permaneça no cargo e promova as mudanças no comando da PF. Como recompensa, a parlamentar garantia que o ex-juiz seria alçado ao cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal.>