Recepcionistas da Ufba protestam por conta de atraso de salários

Funcionários dizem que atrasos são constantes por parte de terceirizada

Publicado em 5 de agosto de 2019 às 21:11

- Atualizado há um ano

. Crédito: Mauro Akin Nassor/CORREIO

Mais de 50 recepcionistas que trabalham na Universidade Federal da Bahia (Ufba) fizeram um manifestação na manhã desta segunda-feira (5), na frente da reitoria, para protestar contra os constantes atrasos de salários por parte da empresa Locron LCR, que é a terceirizada que oferece o serviço à instituição de ensino.

Os funcionários alegam que, desde dezembro, quando a empresa passou a gerir o contrato, os atrasos no pagamento são constantes. Eles chegaram à reitoria às 9h e só interromperam a manifestação às 11h, quando uma comissão foi atendida pelo vice-reitor Paulo Miguez. O CORREIO tentou contato com a empresa, mas não obteve êxito.

De acordo com uma funcionária, que pediu para não ser identificada, todos os meses a empresa atrasa o pagamento. "Quarta-feira ia completar dois meses sem receber, mas pagaram um mês hoje. "Alguns colegas nem tem ido trabalhar mais, outros vão dia sim, dia não, e há aqueles que vão por medo de perder o emprego. O vice-reitor disse hoje pra gente que ninguém é obrigado a ir trabalhar sem receber salário", informou a recepcionista, que atua na Ufba há 20 anos.

Ela ressalta que a empresa alega que está sem receber da unviersidade, mas que o próprio contrato prevê que a instituição pode ficar com até três faturas atrasadas, mas que a empresa é obrigada a ter um capital de giro para garantir o pagamento dos funcionário em dia. "A Ufba pagou uma fatura sexta e está devendo duas", completa.

Outra recepcionista, que atua na universidade há sete anos, diz que cada ano é uma empresa diferente. "Com a questão da dificuldade de emprego, os colegas acabam ficando subordinados a isso, as chefes de unidades que ameaçam que não vão trabalhar. Muitos dos nossos colegas são pais, mães, que moram de aluguel e têm uma grande dificuldade de se manter sem receber os salários". Ainda segundo ela, apesar do atraso do pagamento, a empresa manteve em dia o fornecimento de vale transporte, tícket alimentação e do plano de saúde. 

Em nota, a Ufba informou que o vice-reitor Paulo Miguez se reuniu com um grupo de trabalhadores terceirizados nesta segunda-feira (5) e informou que a universidade já providenciou para que parte do pagamento à empresa seja efetuada, após a liberação de recursos à Universidade pelo Ministério da Educação, na última sexta-feira.

"A empresa, por sua vez, assumiu o compromisso de regularizar o pagamento de salários. A Ufba segue em funcionamento e persiste disposta ao diálogo com o Ministério da Educação, visando à reversão do bloqueio de 30% dos recursos discricionários do orçamento das universidades, que tem ocasionado preocupação da comunidade universitária e algum grau de impacto - de resto, inevitável - em parte das atividades desenvolvidas na instituição".