Reeleito, Rui Costa fala em 'governo de união nacional'

Governador deu ênfase no discurso à eleição nacional, que terá segundo turno

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  • Luan Santos

Publicado em 7 de outubro de 2018 às 21:26

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Evandro Veiga/CORREIO

Reeleito em primeiro turno, com 75% dos votos válidos, o governador Rui Costa (PT) afirmou que a educação do estado, bastante criticada pelos adversários durante a campanha, vai ser um dos pilares de sua segunda gestão. Ao ressaltar a necessidade de continuar o desenvolvimento da área econômica e proporcionar trabalho e emprego, Rui pregou a retomada do crescimento nacional. 

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“Precisamos retomar o cenário de crescimento, de volta do consumo, porque assim o estado vai ter mais musculatura”, afirmou. “Vamos continuar os investimentos em saúde e investir fortemente na educação. Acho que é um dos pilares de desenvolvimento da população, ao lado da saúde”, complementou. Durante a disputa eleitoral, a gestão dele foi criticada pelos adversários por conta do resultado do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). O ensino médio baiano foi considerado o pior do Brasil. 

Outra área que Rui considera importante é a segurança, também criticada na campanha. Um dos dados enfatizados pelos adversários é que a Bahia tem o maior número de homicídios do país, com 7.171 mortes em 2016, segundo o Atlas da Violência. 

“Precisamos urgentemente conversar com o Congresso para endurecer a lei pelo menos contra os crimes de homicídio. O povo não aguenta mais ter seus parentes assassinados e com dois, três anos o criminoso está solto. Tem gente respondendo por dez homicídios e com dois, três anos sai”, afirmou. 

Eleição nacional No discurso da vitória, Rui deu ênfase à eleição nacional e pregou uma ampla frente de união nacional para a “pacificação do Brasil”. 

“Acho que precisamos propor um governo de união nacional, que não será do PT, mas de pacificação do Brasil, para acabar com essa polarização. Temos que dialogar com todos que queiram paz, desenvolvimento e orgulhar o nome do Brasil. É hora de por interesses individuais de lado”, defendeu.

Ele pediu o diálogo com as demais forças que não chegaram ao segundo turno, inclusive com PSDB e DEM. “Não será, se depender da minha opinião, um governo do PT. Será de todos os líderes, do povo brasileiro, incluindo todos, inclusive o PSDB. Temos a oportunidade de fazer um governo para o povo que não será hegemonizado por um partido”, afirmou Rui.

O discurso do governador, no entanto, deve encontrar resistência em alguns setores do PT, especialmente a ala mais à esquerda, que resiste ao diálogo com forças políticas fora deste setor. Para Rui, contudo, o diálogo é imprescindível. “Não podemos ter um retrocesso, isso é maior do que todos nós juntos. Vou defender isso com todas as forças”, prometeu.  

Trajetória Economista, filho de um metalúrgico e uma dona de casa, Rui Costa formou-se em instrumentação pela antiga Escola Técnica, atual Ifba, e é um dos fundadores do PT no estado da Bahia. 

Foi vereador, eleito em 2000 e reeleito para a legislatura seguinte. Em 2007, foi escolhido como secretário de Relações Institucionais da Bahia e se tornou um dos principais articuladores políticos do governo petista. Em 2010, deixou o cargo para ser deputado federal. Após dois anos em Brasília, retornou ao governo como secretário-Chefe da Casa Civil, no segundo governo petista. 

Em 2014, foi eleito governador, indicado pelo ex-governador Jaques Wagner.  Rui tem 55 anos, é casado com Aline Peixoto e tem quatro filhos.