Refazenda: Capixaba foi titular em todos os jogos do Bahia no ano

Lateral esquerdo deu duas assistências na temporada; ele está emprestado pelo Grêmio até o final do ano

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  • Vinicius Nascimento

Publicado em 11 de março de 2020 às 05:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Felipe Oliveira/EC Bahia
Juninho Capixaba deu sua primeira assistência no ano contra o Imperatriz, servindo Gilberto para o primeiro gol do Bahia no ano por Foto: Felipe Oliveira/EC Bahia

Juninho Capixaba, 22 anos, nem sonhava em nascer quando Gilberto Gil lançou um de seus principais discos em 1975: Refazenda, álbum que também nomeia uma das músicas mais conhecidas do célebre baiano.

O terceiro e o quarto versos da canção servem para ilustrar um pouco do que é a relação entre o lateral esquerdo e o Bahia, time que o revelou em 2017 e para o qual, em 2020, ele retornou a fim de tentar reencontrar o seu melhor futebol.

“Aguardaremos, brincaremos no regato até que nos tragam frutos teu amor, teu coração”, canta Gil. Juninho estreou como profissional em 7 de novembro de 2015, contra o Santa Cruz, pela Série B. Contudo, só teve sequência dois anos depois. Armero e Matheus Reis não estavam agradando na posição e o então técnico Preto Casagrande colocou o lateral para jogar. Ele tomou conta do setor e fez 17 jogos no Brasileirão.

Chamou atenção e foi vendido ao Corinthians em 2018. “Abacateiro, acataremos teu ato”, pode ter pensado o Bahia, que negociou sua joia por R$ 6 milhões. Mas ele não se firmou no Timão, fez nove jogos e foi para o Grêmio, por empréstimo. Caiu no gosto de Renato Gaúcho, que fez o clube desembolsar os mesmos R$ 6 milhões para tê-lo em definitivo no ano seguinte. Ficou na reserva e em 2020 entendeu que era a hora de voltar às origens.

O recomeço no Bahia tem sido positivo. Tempo de jogo não tem faltado. Juninho Capixaba é peça de confiança do técnico Roger Machado e esteve em campo em todos os nove jogos do time principal em 2020. As duas laterais são pontos-chave para que o treinador consiga fazer sua própria refazenda: impor um jogo mais propositivo dentro do Bahia neste ano, proposta que vai de encontro ao futebol de contra-ataque praticado pelo tricolor em 2019. 

Juninho Capixaba deu duas assistências na temporada, ambas pela Copa do Nordeste. A primeira delas para Gilberto abrir o placar contra o Imperatriz e a outra no último jogo. Foi dele o cruzamento rasteiro para Matheus Mancini fazer contra e dar o 1x0 ao Bahia contra o Confiança. 

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“Cara, acho que temos evoluído bastante, jogo a jogo. Estamos com uma confiança muito boa. O último jogo que fizemos não foi o que esperávamos. Esperávamos um grande jogo. Mas tem jogo que é assim, as coisas não vão acontecer, tem que ter naturalidade para lidar com eles”, disse Juninho em entrevista no CT Evaristo de Macedo.

Apesar de não ser com a exibição ideal, os três pontos conquistados contra o time sergipano foram fundamentais para o Bahia ir para o jogo contra o América-RN, sábado (7), com grande possibilidade de classificar para as quartas de final antecipadamente.

Caso Botafogo-PB e Fortaleza colaborem, ainda dá para chegar à última rodada como líder do Grupo A no Nordestão. Um cenário que seria uma verdadeira Refazenda em toda a guariroba em que o Bahia se meteu ao ser eliminado na Copa do Brasil e perder o Ba-Vi logo na sequência, em fevereiro. Bom para Juninho, bom para o Bahia e bom para Gil - um assumido e ilustre tricolor. Gilberto Gil é torcedor do Bahia e diz ter carinho por outros cinco times: Cruzeiro, Grêmio, Fluminense, Santa Cruz e Santos (Foto: Marina Silva/CORREIO) No aguardo Zeca veio do ex-rival de Juninho Capixaba, o Internacional, para o Bahia com o mesmo objetivo de seu colega de posição: retomar os dias felizes da carreira. Campeão olímpico com a seleção brasileira em 2016, o lateral ainda não teve muita oportunidade de jogar. A única chance aconteceu contra o CSA, quando Juninho se lesionou no primeiro tempo. Foram 54 minutos em campo. Uma partida segura, mas foi só. Juninho, com a bola, é titular da lateral esquerda. Ao fundo, Zeca aguarda uma oportunidade (Foto: Felipe Oliveira/EC Bahia) *Com supervisão do editor Herbem Gramacho