Referências simbólicas sobre o sagrado de matriz africana

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  • Cesar Romero

Publicado em 14 de outubro de 2019 às 05:00

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Obra de Rubem Valentim (foto/divulgação) Inspirada na vasta mitologia africana, que nos ensina uma forma de ver, sentir e pensar, nos ritos do sagrado, nos mitos da criação do mundo na visão afro – brasileira, Thais Darzé cuidou de selecionar artistas que trazem em suas obras o sagrado de matriz africana. Os mistérios que existem entre o céu e a terra são o tema da exposição Entre o Aiyê e o Orum que está patente ao público, até dia 10 de novembro na Caixa Cultural Salvador.

São eles: Aguinaldo dos Santos (1926–1962), Carybé (1911–1997), Mario Cravo Junior (1923–2018), Mario Cravo Neto (1947–2009), Mestre Didi (1917–2013), Pierre Verger (1902–1996), Rubem Valentim (1922–1991), Ayrson Heráclito, Caetano Dias, Emanuel Araújo, J. Cunha, Jayme Figura, José Adário e Nadia Taquary.

São Lugares, emblemas de beleza, memórias, que emergem numa escrita artística, feita de fragmentos. Assim se fala de parte de nossa origem cultural, de nossa formação histórica. Experiências que a arte só faz transfundir e sublimar, sintetizando os impulsos de interioridade. A palavra sagrado é sempre ligada a uma religião ou crença, seja ela qual for. Tudo que está relacionado à divindade e culto costuma referir-se ao termo sagrado.

Num mesmo espaço, destaca-se a diversidade de suportes e técnicas apresentadas. Entre os expositores destacam-se os que vivenciaram a crença e seus trabalhos, são endógenos. Os credos e o modo de viver pontuaram suas vidas – Aguinaldo dos Santos viveu somente 35 anos e o seu fazer por apenas 9. Vida breve, tempo curto, sua produção foi pequena. Parceira do silêncio e da espiritualidade, a obra de Aguinaldo tem sacralidade genuína. Há nele uma síntese entre o imaginário popular e a africanidade.

Mestre Didi recebeu vários títulos e cargos sacerdotais da hierarquia religiosa de origem africana. Seus trabalhos são inspirados na Natureza, em relações simbólicas e míticas.  Rubem Valentim foi um acerto. Vitória da persistência e da convicção. Ogan do Ilê Axé Opô Afonjá, construiu seu caminho calcado na memória atávica das raízes africanas.

Pierre Verger foi fotógrafo, etnólogo, antropólogo e pesquisador. Francês, viveu grande parte de sua vida em Salvador, fotografando, voltando seu olhar para os aspectos religiosos do candomblé. Argentino, Carybé conheceu Salvador em 1944. Em 1950, fixou-se na cidade e logo se interessa pela religiosidade e cultura locais ligadas ao candomblé. Conquistou por mérito do seu trabalho, o titulo de honra Obá de Xangô do Ilê Opô Afonjá.

A expo é plural de extremo interesse na visualidade narrativa afro – brasileira.