Renda extra: trabalhador fatura até R$ 2 mil vendendo queijo nas horas vagas

Aprenda sobre os cuidados a serem observados na hora de comercializar produtos em ambiente corporativo

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  • Priscila Natividade

Publicado em 18 de junho de 2018 às 06:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Evandro Veiga/ CORREIO

Na teoria, ele bate ponto em uma repartição pública de Salvador às 9h. Mas na prática, o trabalho - pelo menos, o que garante a grana extra - começa bem antes disso. “Chego mais cedo com o meu carrinho e aproveito para vender queijo e outros produtos que trago do interior que nasci, a cidade de Caetité”, afirma o servidor público  Elthom Glaydson Passarinho, que chega a faturar R$ 2 mil por mês com as vendas que faz no local onde trabalha. 

E quem nunca se tornou cliente fiel do funcionário  bom de trampo e de papo como Passarinho? Mas a venda de produtos para colegas de trabalho exige cuidados. Em casos extremos existe a possibilidade de demissão e de perda de amizades. O vendedor também se expõe ao risco de um calote difícil de ser cobrado. 

A história de Passarinho ajuda a entender um pouco como se portar neste tipo de negócio. Por semana, Passarinho vende entre 50 e 70 peças de queijo. “Vendo para os meus colegas de trabalho, mas aproveito também o horário de almoço e o fim de expediente para dar um giro no bairro e vender queijo no restaurante que eu almoço, no banco que fica do lado e por ali por perto. O boca  a boca é que faz o negócio”, diz.

O queijo é o carro-chefe, mas ele vende ainda cachaça, sequilho, linguiça calabresa, biscoito avoador, mel e rapadura. “A gente aproveita a comodidade que é para o colega que está no trabalho ter em cima da sua mesa um produto de qualidade que ele só vai pagar no final do mês”, diz. 

O negócio começou há 4 anos, quando Passarinho chegou na capital e foi convidado para um chá de bebê. Sem grana para levar um salgadinho, tirou o queijo da mala. “Não tinha o que levar e  fui no queijo e ele fez sucesso. A partir daí, todo mundo começou a fazer encomenda”. Para vender bastante, o segredo é agradar (e muito) o cliente. “Tem que ter degustação. É infalível”, diz. 

Bom de papo

Antes de seguir o exemplo de Passarinho e decidir vender alguma coisa no ambiente de trabalho, a gerente de Desenvolvimento Organizacional da Luandre Consultoria em Recursos Humanos, Marcelle Oliveira, destaca a necessidade de verificar o código de conduta da empresa ou conversar com o gestor direto. “É preciso conhecer as normas. A maioria das empresas tem bastante ressalva quanto a essa conduta. Porém, há casos em que a prática é liberada. Cabe ao funcionário vender somente no horário do almoço ou após o expediente”, destaca.

Se estiver tudo acordado com a gestão, é partir para as vendas. Segundo o autor do livro Como Construir Objetivos e Metas Atingíveis, Claudio Zanutim, nesse  mercado informal, os campeões de venda são os produtos de beleza, roupas íntimas, guloseimas, alimentos, embalagens plásticas e os produtos  com o apelo fitness. “Dedicação e disciplina farão a diferença. Busque inovar em atendimento e em produtos constantemente”.   

COLEGA E FREGUÊS

Cliente fiel Busque cada dia mais conhecer seu público e suas demandas. Não adianta vender o que não interessa a este público. Conquiste seus colegas. Seja fiel aos clientes e entregue o prometido  no prazo acordado. 

Demanda  Não estoque produtos demais. Conheça as demandas e faça sempre planilhas de controle de vendas, crédito e de estoques. 

Diferencial Já pensou em montar um esquema de pronta- entrega? Neste tipo de venda, quem tem pronta-entrega leva vantagens sobres seus concorrentes. 

Demostração Saiba demonstrar seus produtos. Por isso tenha sempre disponível amostras para experimentação. 

Redes sociais  Crie grupos fechados no WhatsApp. A ferramenta funciona muito bem, mas tenha cuidado para não encher o saco dos clientes. Crie campanhas bem atraentes para enviar via o aplicativo, no máximo, uma vez por semana. 

Formas de pagamento  Pense como um empreendedor. Evite vender fiado. Uma alternativa para não perder o dinheiro, nem a amizade, nem o emprego,  é buscar aplicativos como o  Picpay(www.picpay.com/site/). Ele pode ajudar nas cobranças e nos recebimentos, inclusive com cartões de crédito. Outra alternativa é adquirir as maquininhas portáteis para recebimento de cartões de débito e crédito.