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Da Redação
Publicado em 4 de agosto de 2022 às 18:07
O jornalista Bruno Wendel, repórter do CORREIO, participará do 17º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo da Abraji - Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo. >
No sábado (06), o jornalista estará na FAAP - Fundação Armando Alvares Penteado, em São Paulo, para compor a mesa que discutirá “Os efeitos da cobertura de violência racial na rotina de repórteres negros”, das 14h30 às 16h, ao lado da jornalista Lola Ferreira. A discussão será mediada pela fundadora do Instituto Fogo Cruzado e diretora da Abraji, Cecília Olliveira.>
Na ocasião, Bruno contará sobre a vivência de repórteres negros na cobertura de crimes e fatos violêntos envolvendo outras pessoas negras. O debate será puxado pelos protestos gerados após a morte de George Floyd, nos Estados Unidos, e as consequências para os jornalistas negros que acompanharam e noticiaram o fato. >
"Vamos trazer esse olhar de como nós jornalistas encaramos essas reportagens de crimes brutais com pessoas negras, e Salvador é uma cidade negra. Eu vou cotidianamente no IML e me deparo com jovens que, a cada 10 cadáveres, nove tem o mesmo perfil: jovens, negros e da periferia. Então não tem como deixarmos de lado a questão racial”, conta Bruno.>
Segunda vez no congresso Bruno participou do Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo da Abraji pela primeira vez em 2018, onde foi convidado para contar os bastidores da série de reportagens Onde Está Geovane, em que foi responsável pelas investigações, e que inspirou a produção do documentário Sem descanso.>
O longa conta a história de Geovane, um jovem de um bairro pobre do Brasil, que foi preso pela polícia militar e nunca mais foi visto. O documentário tece a investigação do caso com um debate sobre as raízes da brutalidade policial. História que, para Bruno, tem certa relação com a discussão que será abordada no próximo sábado (06).>
“Minha participação este ano tem um pouco a ver com a primeira, porque no filme Geovanne era um jovem negro, da periferia, que foi morto por policiais militares. A questão racial no dia a dia do repórter negro está incutida, mesmo quando os casos são de agressões ou mortes têm um viés racial”, destaca.>
O congresso Realizado entre os dias 3 e 7 de agosto, o congresso tem como objetivo discutir 15 grandes temas, incluindo técnicas de apuração, trabalhos notáveis, projetos inovadores, transparência pública, proteção e segurança, ataques à democracia, desinformação, racismo, inclusão e sustentabilidade, entre outros.>
Pelo quarto ano consecutivo, o último dia de programação é totalmente dedicado ao jornalismo de dados com oficinas, cursos e debates - o Domingo de Dados. >
Após dois anos de eventos exclusivamente on-line devido à pandemia, o congresso volta ao modelo presencial, no formato híbrido, incluindo dois dias on-line. Nos dias 3 e 4 as palestras acontecem virtualmente, enquanto nos dias 5, 6 e 7 os encontros ocorrem presencialmente na FAAP, em São Paulo. >