Representação pede saída de presidente do Conselho Fiscal do Vitória

Jailson Reis é acusado de cometer infração estatutária

Publicado em 18 de maio de 2021 às 20:25

- Atualizado há um ano

. Crédito: Letícia Martins/EC Vitória

Uma representação assinada por um membro integrante do Conselho Deliberativo do Vitória foi enviado ao órgão solicitando a saída do presidente do Conselho Fiscal do clube, Jailson Reis. O documento foi recebido na última sexta-feira (14) e afirma que Jailson descumpriu o estatuto rubro-negro ao dar entrevistas à imprensa relatando ter dificuldades para fiscalizar a gestão do atual presidente Paulo Carneiro. O pedido se baseia no incisos IV e VI do artigo 54.

“De outro modo, o Sr. Presidente do Conselho Fiscal, ao também ponderar a respeito da impossibilidade de cumprimento de prazos estatutários por força de suposta omissão do Conselho Diretor, resolveu, também, torná-lo público, o que motivou a emissão de uma nota de esclarecimento, expressando o constrangimento do Clube em relação à publicidade do fato”, diz um trecho do documento.  

“Não satisfeito, ou incomodado com a revelação da inconsistência legal da sua irresignação, ele resolveu ir mais além. Passou a externar outras questões internas, com revelação da existência de contratos de mútuo e pagamentos que, ao seu ver, não deveriam ser priorizados, novamente em afronta a esse Conselho Deliberativo - órgão competente para tais deliberações - e absoluta desconsideração com o nome do Clube, eis que permitindo ilações de toda ordem em face de suas colocações”, diz outro trecho da representação.

Em entrevista ao CORREIO, Jailson Reis afirmou que ainda não foi notificado. "O presidente do Conselho Deliberativo recebeu a representação de um conselheiro que não aceita a transparência, mas ele é minoria. A maioria esmagadora dos conselheiros buscam um ECV passado à limpo e transparente. A imensa torcida rubro-negra hoje está bem representada por estes ilustres senhores. O motivo desta representação é tão somente para desviar as atenções. Oportunamente vou demonstrar o verdadeiro motivo deste ato sem fundamentação", afirmou o presidente do Conselho Fiscal do Vitória.

"O referido conselheiro mostra total desconhecimento dos fatos. Terei o prazer de apresentar a todos vocês a minha defesa devidamente fundamentada e constará a expressão da verdade. Sou muito legalista e jamais iria ferir o estatuto do meu amado ECV", concluiu Jailson Reis. Ele informou que convocará uma entrevista coletiva em breve para apresentar defesa. 

Aliados nas eleições em 2019, Paulo Carneiro e Jailson Reis estão divergindo politicamente há algum tempo. No último dia 5, o Conselho Fiscal emitiu um comunicado descrevendo dificuldades para fiscalizar a gestão do presidente Paulo Carneiro. O documento, endereçado ao Conselho Deliberativo, advertia que as documentações solicitadas ainda não tinham sido disponibilizadas. No dia seguinte, o Vitória se pronunciou através de nota oficial afirmando que o adiamento estava respaldado por lei.

Veja o artigo 54 do Estatuto do Vitória: 

"Ficará sujeito à perda do cargo o membro do Conselho Fiscal que:

I - perder a condição de Associado;

II - faltar, injustificadamente, a três reuniões consecutivas, ou seis intercaladas;

III - deixar de cumprir suas obrigações estatutárias durante seis meses;

IV - praticar ato atentatório aos interesses ou ao bom nome do VITÓRIA;

V - acionar ou demandar de maneira temerária contra o próprio VITÓRIA, suas controladas ou coligadas;

VI - fizer uso de qualquer meio de comunicação para veicular expressões ofensivas ao VITÓRIA ou aos membros dos seus órgãos, ou para divulgar informações da vida administrativa do VITÓRIA, de caráter reservado, ou sobre assunto ou informação reservada pendente de apreciação por qualquer um dos poderes."