‘Resolver a insegurança é mais o importante’, diz presidente da Fecomércio-BA

Kelsor Fernandes defende que estado se equipe para ser capaz de proteger as pessoas

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  • Da Redação

Publicado em 5 de agosto de 2022 às 06:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Reprodução

Mais do que oferecer programas de auxílio ou medidas de amparo para momentos de dificuldades, o que o empresário brasileiro mais espera do Poder Público é que ele faça  o seu trabalho corretamente e resolva os problemas crônicos da sociedade, avalia Kelsor Fernandes, presidente da Fecomércio-Ba. Entre as áreas de atuação que ele considera prioritária, em primeiro lugar está a segurança, seguida da necessidade de uma reforma tributária e a otimização da administração pública, fundamental para controlar o gasto de recursos. 

“O Brasil precisa gerar empregos e renda para a sua população e nós podemos e queremos contribuir, mas é preciso que se tire uma série de entraves que existem atualmente. Isso é o mais importante, nós não queremos receber dinheiro do governo”, destacou, durante conversa com o jornalista Donaldson Gomes, ontem no Programa Política & Economia, veiculado no Instagram do CORREIO (@correio24horas). Empossado recentemente como presidente da entidade representativa, o empresário do setor imobiliário – primeiro representante do setor de serviços a assumir o cargo – atribui o próprio sucesso à capacidade de relacionamento. “Em toda a minha vida sempre fiz muitos amigos”, diz. E é nesta habilidade que ele aposta para deixar a sua marca à frente da Fecomércio. Segundo Fernandes, nos próximos anos ele vai buscar cada vez mais espaços para apresentar ao Poder Público as dores do setor terciário da economia. "Uma coisa que eu acho importante é que os candidatos de hoje, quando eleitos, mantenham diálogo constante com o setor produtivo", defende. O presidente da Fecomércio-Ba lembrou da vocação que o estado tem para o turismo. “A Bahia, com destaque para Salvador, tem uma vocação para o turismo e as pessoas estão nos redescobrindo”, afirma. Para que o segmento econômico continue a se desenvolver, ele ressalta a importância de enfrentar a crise de insegurança vivenciada no estado. Fernandes lembrou da trágica morte da estudante Cristal Rodrigues Pacheco, de 15 anos, como algo que “não pode voltar a se repetir”.

“Nós estamos num estado em que a questão da segurança tem se tornado super preocupante. Nós sabemos que não é um problema apenas da Bahia, mas aqui as pessoas não têm mais segurança para sair à noite”, diz. “O primeiro ponto que nós cobramos de quem venha a assumir o governo é no sentido de atitudes urgentes e enérgicas em relação à insegurança, é preciso capacitar e ampliar o poder do estado para nos proteger”, destaca. 

Além disso, Fernandes destaca a necessidade de diminuir o tamanho do estado, com as reformas para otimização da máquina pública e fomentar a atividade produtiva. “Precisamos ter condições de crescer. Nós não queremos dinheiro de graça, subsídios, nada disso, queremos clareza e condições de trabalhar”, defende. “Falamos de reforma tributária há não sei quantos anos, mas os avanços são mínimos”, diz. “O setor produtivo precisa é de clareza para gerar emprego e renda”, afirma.‘O segundo semestre será de crescimento’, projeta As tradicionais contratações temporárias de final de ano devem ser retomadas em 2022, após dois anos de movimentos fracos nas vendas nesse período, estima o presidente da Fecomércio-Ba, Kelsor Fernandes. 

Pesquisas recentes da entidade apontam para uma retomada da confiança tanto por parte do consumidor, quanto dos empresários do setor. 

Para ele, as boas expectativas são alimentadas pelo avanço da vacinação, que tem ajudado a uma retomada da normalidade, mesmo com um ambiente econômico marcado por uma inflação ainda elevada. “Primeiro que o empresário ele sempre pensa positivo. Ele atravessa essas dificuldades, mas está sempre olhando para o que vem depois do problema. Tivemos um avanço importante na vacinação e isso está dando mais confiança para as pessoas”, pondera. “A inflação elevada atrapalha um pouco as coisas, mas o retorno da confiança, a liberdade para a população voltar a se locomover, poder retornar consumir e uma queda, mesmo que pequena, nos níveis de desemprego ajuda demais”, complementa. “A confiança vai sendo retomada à medida em que as pessoas percebem que a vida está voltando a ser como era, podendo sair, viajar, frequentar restaurantes, isso tudo reforça a confiança”, conclui. Empresário do setor imobiliário, Kelsor Fernandes lembra que o segmento vem passando por momentos difíceis, mesmo antes da pandemia de covid, mas tem apresentado boas perspectivas de retomada. “Se você anda pela cidade, salta aos olhos a quantidade de novas construções. Isso alimenta boas expectativas em relação a uma retomada”, diz. Segundo ele, o que preocupa é a escalada na taxa básica de juros do país, a Selic. “Temos que ser otimistas, o empresário é, antes de tudo, alguém que acredita”, diz. 

Segundo ele, o varejo está se recuperando “aos poucos”. Este ano o segmento vai superar o tamanho de antes da pandemia, diz.