Roda de conversa em defesa da Pedra de Xangô será realizada nessa quarta (24)

Monumento foi tombado em 2017 e é patrimônio cultural da cidade de Salvador

Publicado em 23 de fevereiro de 2021 às 05:15

- Atualizado há um ano

. Crédito: Mônica Silveira/Divulgação

A Pedra de Xangô, em Cajazeiras, será o tópico central das reflexões da edição 2021 do Patrimônio É..., promovida pela prefeitura de Salvador, por meio da Fundação Gregório de Mattos (FGM).

O tema é ‘Kaô Kabecilê, vamos caminhar e fazer justiça!’ Neste ano, as discussões vão propor reflexões sobre as ações de preservação e manutenção em torno do patrimônio cultural de Salvador, alguns desses ligados às religiões de matriz africana.

O evento vai ser on-line, no canal do Youtube da Fundação Gregório de Mattos, nessa quarta-feira (24), às 18h30.

A mesa contará com a participação de Iyá Márcia d’Ogun, ialorixá do Ilê Axé Ewá Olodumare, mestra e integrante do Conselho Municipal de Política Cultural; Leonel Monteiro, presidente da Associação Afro-Ameríndia (AFA); Pai Barosi de Ode, líder religioso do Ilê Axè Ode Aty Ya Re, em Cajazeiras XI; Fábio Velame, doutor e mestre em Arquitetura e Urbanismo pela Ufba; e o vereador e ex-secretário municipal de Sustentabilidade, Inovação e Resiliência (Secis) André Fraga. A mediação ficará a cargo de Gabriella Melo, historiadora e gerente de Patrimônio Cultural da FGM.

Tombada em maio de 2017, por meio da FGM, a Pedra de Xangô é patrimônio cultural do município. O local passou a fazer parte da Área de Proteção Ambiental (APA) do Vale da Avenida Assis Valente e Parque em Rede Pedra de Xangô, que criou o projeto Parque Pedra de Xangô, fruto de uma antiga demanda da comunidade de Cajazeiras e das religiões de matriz africana. A ordem de serviço para a execução da obra de implementação foi assinada em fevereiro de 2020. 

No sábado (20), representantes das Comunidades de Terreiros das nações Angola, Jeje, Ketu e Umbanda do entorno da Pedra de Xangô receberam ativistas e lideranças religiosas do sítio natural sagrado Lagoa do Abaeté, e Milena Tavares, diretora de Patrimônio e Humanidades, como representante da Fundação Gregório de Mattos.

O encontro teve como objetivo reverenciar Xangô, Nzazi e Sogbo e, sobretudo, fortalecer as conexões e redes em defesa dos espaços sagrados e dos espaços verdes na capital.

Para Leonel Monteiro, presidente da Associação Afro-Ameríndia (AFA), uma das entidades que solicitaram o tombamento da Pedra de Xangô, o reconhecimento como patrimônio cultural do município é o principal instrumento para preservação dos sítios religiosos, arqueológicos e culturais da cidade. 

“Nós e o poder público temos a obrigatoriedade de preservar, na sua originalidade, tudo o que estiver contido dentro da poligonal traçada. Como é um monumento natural, entendemos e fizemos esforços para que toda a área onde ainda há algum manancial aquífero e de vegetação se transformasse em uma área de proteção ambiental através do parque”, detalhou. 

SERVIÇO

O quê: Roda de Conversa Patrimônio É... 2021 com tema "Kaô Kabecilê, vamos caminhar e fazer justiça!"

Convidados: Ìyá Márcia d'Ọ̀gún, Leonel Monteiro, Pai Barosi de Ode, Fábio Velame e André Fraga. Mediação, Gabriella Mello, gerente de Patrimônio Cultural da FGM

Quando: quarta-feira (24), 18h30

Onde: Canal do Youtube da Fundação Gregório de Mattos