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Da Redação
Publicado em 4 de junho de 2021 às 16:45
- Atualizado há 2 anos
Não deu match. Uma nova rodada de negociação entre rodoviários e empresários do setor de transporte em Salvador, mediada pelo Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região (TRT-5), e que discutiu a negociação salarial para a categoria acabou sem acordo. Com isso, o Sindicato dos Rodoviários declarou que irá fazer greve a partir das 4h da próxima segunda-feira (7). A informação foi dada pela TV Bahia e confirmada em seguida pelo CORREIO. A reunião aconteceu de maneira virtual na tarde desta sexta-feira (4)>
O impasse da vez era sobre o formato de pagamento para o reajuste de 7,59% sugerido pela presidente do TRT-5, Dalila Andrade. Os Rodoviários queriam o pagamento integral do reajuste e as empresas, que inicialmente ofereceram 3% de aumento, queria parcelar o reajuste em três vezes.>
Desde a segunda-feira (31), o Sindicato havia retomado o direito de declarar greve. A presidente do TRT5, no entanto, exigiu que fossem cumpridas as regras de, em caso de paralisação, que pelo menos 60% da frota circule nos horários de pico (5h às 8h e das 17h às 20h) e 40% nos demais horários. Em caso de descumprimento, a decisão prevÊ multa estipulada é de R$ 50 mil por dia.>
Presidente do Sindicato dos Rodoviários, Hélio Ferreira declarou que os trabalhadores cederam até onde pode e tentaram evitar a greve, mas não houve a mesma flexibilização do patronato.>
"Tivemos toda a paciência, nossa data base [de campanha salarial] é dia 1 de maio, já estamos em junho e ainda não conseguimos acertar um acordo. Concordamos em negociar o parcelamento do ajuste, mas do outro lado não tem nenhuma flexibilização”, afirmou.>
Momentos depois, ele publicou um vídeo nas redes sociais confirmando que a greve será geral e por tempo indeterminado.>
"Não chegamos a uma proposta que contemple os trabalhadores. Os patrões não quiseram ceder em nada. Nós enfrentamos a pandemia e esperávamos que os patrões nos dessem o direito sem precisar chegar aos extremos. Não há outra alternativa que não seja uma greve geral por tempo indeterminado", afirmou Hélio Ferreira.>
Representante do sindicato patronal, Jorge Pinto alegou que cada lado tem seus limites e as empresas vivem um momento difícil.>
Prefeito de Salvador, Bruno Reis comentou a campanha de reajuste salarial durante entrevista que concedeu durante a manhã. Bruno afirmou que a situação é preocupante por diversos aspectos. Primeiro, porque desde o rompimento com o Consórcio Salvador Norte (CSN), o município tem a sua própria empresa de ônibus que opera 30% do sistema de transporte público do município.>
"Hoje o sistema de transporte de ônibus em Salvador é deficitário, por uma série de situações, mas agravado por conta da pandemia. Quando você dá um reajuste de 7.59% isso vai desestabilizar ainda mais. Os empresários das outras duas bacias estão batendo na porta pedindo socorro, literalmente, para que a gente pague um desequilíbrio da pandemia nesses cinco meses de 2021 para que eles tenham condições de honrar os salários dos trabalhadores", afirmou.>
Bruno Reis afirmou que a Prefeitura não tem condições de apoiar por falta de dinheiro nos cofres municipais para socorrer o empresariado.>
"As paralisações penalizam a população, contribuem para o avanço da pandemia na nossa cidade e também gera mais prejuízos para o sistema. E, consequentemente, a prefeitura vai ter que arcar muito mais com mais recursos para poder ajustar um sistema que já está desequilibrado", disse.>
O Prefeito afirmou que vai conversar com os representantes do Sindicato dos Rodoviários e também com os representantes patronais.>