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Jairo Costa Jr.
Publicado em 9 de dezembro de 2022 às 05:00
Prestes a concluir o segundo mandato seguido, o governador Rui Costa (PT) deixará o cargo sem cumprir, em nenhum dos oito anos de gestão, a lei que determina o pagamento de emendas impositivas apresentadas pelos deputados estaduais. Pelas regras em vigor, o valor anual, que corresponde a 0,33% da Receita Corrente Líquida do exercício anterior, fica reservado no orçamento para que os parlamentares indiquem para quais obras e investimentos querem direcionar recursos nos municípios que representam. O pagamento das emendas virou obrigatório na Bahia em 2015, primeiro ano do governo Rui, após a aprovação da Emenda Constitucional nº 18. No entanto, foi sistematicamente desobedecida pelo petista, mesmo com decisão judicial determinando o repasse. >
Xis da questão Para 2023, estão previstos R$ 150 milhões em emendas, cerca de R$ 2,3 milhões para cada um dos 63 deputados. A dúvida é se o substituto de Rui, Jerônimo Rodrigues (PT), cumprirá a lei de modo integral ou copiará o antecessor. >
Prova dos nove O balanço mais atual da Secretaria da Fazenda do Estado sobre o pagamento de emendas impositivas reforça as críticas de parlamentares que acusam o governo de usar o repasse, ao arrepio da lei, como arma de barganha na Assembleia Legislativa. De janeiro a outubro deste ano, foram pagos só R$ 28,5 milhões dos quase R$ 130 milhões previstos para 2022. As maiores somas , salvo raríssimas exceções, tiveram como destino emendas de deputados da base. Rivais como o líder da oposição, Sandro Régis (União Brasil), Tiago Correia (PSDB), Samuel Júnior (Republicanos) e David Rios (União Brasil), por exemplo, não foram beneficiados com um centavo sequer em dez meses. >
Queixa no balcão “Ele (Rui Costa) não paga as emendas colocadas no orçamento. Nós (a oposição) entramos na Justiça, que nos deu ganho de causa, mas ele continua sem cumprir a lei. Às vezes, em uma votação ou outra, faz acordo e libera alguma coisa como se fosse para emenda, mas não é. Falta uma Assembleia que queira realmente cobrar o que é previsto na legislação, se não o próximo governador vai fazer o mesmo. Essa deveria ser pauta de todos nós, e não só da oposição”, disparou o deputado Alan Sanches (União Brasil).>
Outra oferta Embora tenha demonstrado interesse em aceitar o convite do prefeito Bruno Reis (União Brasil) para assumir uma secretaria no Palácio Thomé de Souza, o deputado estadual Tiago Correia (PSDB) resiste à proposta de comandar a Educação, que pertence à cota dos tucanos. De acordo com aliados do parlamentar, Correia prefere uma pasta que garanta mais capital político e menos desgastes para selar o acordo que abre espaço para manter o primeiro suplente do partido, Paulo Câmara, na Assembleia. >
Luz verde Com os sinais de que a primeira-dama Aline Peixoto está fora do páreo pela vaga no Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), o deputado estadual Roberto Carlos (PV) entrou na corrida. Para isso, começou a costurar apoio entre os pares.Não tenho dúvida de que essas enchentes na Bahia fazem parte do grito da natureza em relação à nossa postura com o meio ambiente. Se nós não mudarmos, o cenário será cada vez pior Jaques Wagner, senador da Bahia pelo PT, ao comentar a nova leva de temporais que já deixou mais de 500 desabrigados e cerca de 13 mil desalojados em diversos municípios do interior do estado desde novembro >