Rumo à eletricidade

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  • Da Redação

Publicado em 20 de dezembro de 2019 às 05:00

- Atualizado há um ano

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Era outubro de 1979 quando ingressei no mercado automotivo como trainee da Ford – um jovem cheio de sonhos e de vontade de vencer. O que eu não podia prever naquele momento é que toda a minha trajetória profissional seria vivida neste segmento, em meio a tantos lançamentos e novidades que revolucionaram os carros e caminhões que rodam pelo nosso país. Olhando para trás, creio a palavra que melhor defina meus 40 anos de estrada no mercado automotivo seja transformação.

O mercado de caminhões, onde estou à frente das operações da Volkswagen Caminhões e Ônibus desde 1998, é um bom exemplo disso, sobretudo no aspecto ambiental. Apenas como comparação, são necessários 55 caminhões fabricados com a tecnologia atual para emitir a mesma quantidade de gases que um caminhão produzido antes que a legislação sobre esse tema entrasse em vigor no país. É um tremendo salto.

Mas estamos indo além. Prova disso é que o primeiro veículo elétrico fabricado no Brasil é um caminhão orgulhosamente feito por nós, em nossa fábrica de Resende (RJ). O e-Delivery roda há mais de um ano, em testes de distribuição urbana na cervejaria Ambev. Durante esse período, foram percorridos mais de 15 mil quilômetros, deixando de soltar 11 toneladas de CO2 na atmosfera em comparação a um modelo com motor a combustão. A produção em linha do e-Delivery será iniciada em 2020.

Ainda é necessário que a infraestrutura de recarga evolua no país para vermos caminhões elétricos cruzando as estradas de norte a sul. Contudo, a experiência com o e-Delivery nos mostra que não será necessário aguardar tanto assim para vermos esses veículos ganharem as ruas das nossas cidades, porque seu uso na distribuição urbana de mercadorias já se mostra perfeitamente viável, com grandes benefícios para o meio ambiente e para os próprios motoristas – já que os caminhões elétricos possuem condução extremamente confortável e livre de ruídos e vibrações na cabine.

Na Europa, a eletrificação começou pelos carros, passou para os ônibus e agora vai chegando aos caminhões. Acreditamos que o ciclo do Brasil percorra caminho distinto, uma vez que os custos de aquisição de um automóvel elétrico ainda são muito altos. Já os caminhões, embora ainda tenham um valor mais alto que modelos a Diesel, vão se tornar uma escolha cada vez mais atraente. Contam para isso a manutenção mais simples e o preço mais baixo da eletricidade, sobretudo em casos como o da Ambev, que anunciou planos para se tornar autossustentável na geração de energia por meio da instalação de painéis solares em suas unidades no país. 

Os especialistas são unânimes em dizer que o futuro dos automóveis é elétrico. É um orgulho contribuir para mais essa transformação em nosso país. 

Antonio Roberto Cortes é presidente e CEO da Volkswagen Caminhões e Ônibus 

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