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Da Redação
Publicado em 10 de novembro de 2022 às 20:24
Com aproximadamente 3.000 m² de extensão, 36 anos de tradição e nove Copas do Mundo no currículo, a bandeira do Brasil criada pelos alunos da Escola Santa Rita, no bairro de Roma, recebeu nesta quinta-feira (10) os últimos ajustes para a Copa do Mundo do Catar. O bandeirão, como é carinhosamente chamado, é parte do projeto pedagógico da escola e símbolo de amor e apoio à Seleção Brasileira de futebol, cultivado desde 1986. >
A criação da bandeira foi idealizada pela dona da escola, Lia Costa, 78, torcedora fiel do time canarinho. Na época, ela tinha como objetivo aproveitar o encantamento dos alunos pelo futebol e desenvolver um projeto escolar que fosse interessante para eles. Assim, a primeira bandeira nasceu, com 500 m² e, diante da aprovação do projeto, ficou estabelecido que a cada quatros anos ela aumentaria de tamanho. “Hoje a bandeira forra a rua toda e o povo adora. É uma festa”, afirma Lia, não escondendo sua satisfação. >
Para ela, a bandeira que ficará exposta na Rua Monsenhor Basílio Pereira, onde fica a escola, não faz parte apenas de um projeto educacional, como também integra um projeto de fé e solidariedade. Isso porque a bandeira é levada até a Colina Sagrada pelos professores, alunos e pais, que vão pedir ao Senhor do Bonfim a concessão da conquista do hexa para o Brasil no Mundial e fazer a promessa de doar um lençol a quem precisa para cada gol que a equipe marcar. >
Para este ano, Lia está confiante de que a sexta estrela virá graças à intercessão de Santa Dulce. Segundo ela, em vida, a santa ficava da janela assistindo a bandeira ser colocada na escadaria da Igreja do Senhor do Bonfim. O ato, previsto para acontecer novamente no dia 19 de novembro, na véspera do início da Copa, é esperado com expectativa e contará com um trio elétrico disponibilizado pela prefeitura. >
Nara Ribeiro, 43, porta-voz da comunidade e mãe de dois jovens estudantes da escola, já tem presença confirmada. Ela diz que não ter sido aluna da escola nunca a impediu de participar do projeto em todas as suas edições. “Eu era adolescente, tinha prazer em ajudar na costura e já saí escondida para acompanhar o bandeirão”, relembra.>
Guardado em um depósito durante quatro anos, é comum que reparos sejam feitos na bandeira antes de levá-la para a Colina Sagrada. Dos 300 alunos entre 2 e 17 anos matriculados na escola, cabe aos mais velhos a execução dos ajustes necessários. Na quinta, foi feita a verificação de rasgos e partes velhas que devem ser substituídas. Aluna do 9º ano, Lourdes Sanches, 13, relata que tem aprendido muito enquanto participa das atividades. “Aprendi nesse projeto que a união faz a força. Não dá para fazer sozinho porque a bandeira é muito grande, precisamos de várias pessoas para carregar e precisa estar todo mundo em harmonia”, ressalta. Dentro da sala de aula, é preciso harmonia também entre as disciplinas, uma vez que o projeto aciona cada uma delas. Na sala do professor de matemática José Dias Júnior, 29, saldo de gols prós e contra viram método de ensino de sinais. “É um desafio, ao mesmo tempo em que facilita o processo da aprendizagem por eles estarem inteirados, e atende às nossas expectativas de passar o conteúdo”, explica. >
De acordo com a professora de Linguagens da escola, Paula Barreiro, 35, os alunos costumam gostar porque aprendem em outro ambiente. “Nem sempre o aprendizado se dá em sala e possibilitar [aos alunos] a saída e que vejam todo o movimento faz com que eles se empolguem, além de resgatar os valores de amor ao time, pátria e seleção”. >
Davi Cavalcante, 15, aluno do 9º ano, lembra com carinho do projeto que aconteceu na escola na Copa do Mundo da Rússia, em 2018. “Foi um dos meus melhores anos de Copa, porque conheci bastante gente e gostei muito que a escola trabalhou tanto o bandeirão quanto a apresentação de cada país”, aponta. >
O bandeirão foi avaliado como o melhor projeto pedagógico do país pela Fifa em 2018. O aluno Enzo Henrique, 15, reconhece o valor da tradição. “Para essa escola, é muito importante e eu pretendo continuar ajudando mesmo depois de sair daqui”, promete.>
Confira a agenda de jogos do Brasil na fase de grupos: >
Brasil x Sérvia – quinta-feira, 24 de novembro – 16h (horário de Brasília) >
Brasil x Suíça – segunda-feira, 28 de novembro – 13h (horário de Brasília) >
Brasil x Camarões – sexta-feira, 2 de dezembro – 16h (horário de Brasília) >
*Com orientação da subchefe de reportagem Monique Lôbo>