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Da Redação
Publicado em 24 de julho de 2021 às 05:00
- Atualizado há um ano
O mercado imobiliário tem comemorado o aquecimento sentido na área residencial em plena pandemia – essa que nos têm feito refletir sobre nossas relações com nossas casas, buscando sua melhoria, conjugada ao trabalho, na forma de uma maior e melhor residência, que busca ainda agregar a paisagem e a distância dos centros urbanizados. Este fenômeno não foi criado pela pandemia. Levaria alguns anos entre planejamento e obras, para que fosse criado todo um mercado, mas que ela o acelerou, isso é inegável. Em verdade, somam-se ainda fatores como novas regras de financiamento, mobilidade, conectividade e infraestrutura urbana, agregados ao um passivo imobiliário e novos lançamentos com o conforto, e segurança necessárias, para responder a demanda de um consumidor que tem pressa, mas que busca uma estrutura condizente.
Nesse contexto o litoral norte tem tido destaque na busca por uma “segunda residência” - esta, que antes da pandemia servia ao veraneio, agora seria a de maior permanência. Ou seja, o turismo de fim de semana ou da sensação de férias se tornou o desejo de moradia permanente. Este tem experimentado o desenvolvimento urbano em alguns municípios, como é o caso de Camaçari, com boa estrutura viária entre o centro e o litoral, boas escolas e shopping centers e que abrange as praias de Busca Vida, Barra do Jacuípe e Guarajuba, algumas das áreas mais valorizadas.
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Outros destinos têm apelo próprio como é o caso de Praia do Forte, influenciando o trecho de Guarajuba até costa do Sauípe, sendo um dos trechos mais valorizados; e áreas mais distantes (e pitorescas) como praia do Conde, Baixio e Mangue Seco.
Qual o impacto que tal procura tem gerado e ainda pode gerar nos novos investimentos e na demanda de serviços públicos?
Esse fenômeno não é novo. Salvador, nas décadas de 1980 a 90 viveu a moda por procura de casas de veraneio em loteamentos como Vilas do Atlântico e Guarajuba. No Século XIX, as ocupações da Barra a Vitória eram alternativas para novas moradias bucólicas. O trecho, no início do séc, XIX passou de um subúrbio rural, com forte apelo paisagístico rapidamente se tornou objeto de desejo, atraindo estrangeiros e patrícios abastados, convertendo-se em um dos bairros mais modernos da época graças a influência de seus moradores, sendo, até hoje, uma das regiões de maior interesse imobiliário.
Importante lembrar que crescimento e desenvolvimento não são sinônimos – É necessário planejar para evitar o subdesenvolvimento ou a degradação de uma área, o que traz consequências quase sempre irreversíveis. Saber até onde esse fenômeno vai continuar ao fim da pandemia, é uma pergunta ainda sem horizonte de resposta. Certo é que novas oportunidades de negócios surgirão para atender a demanda de novos moradores, mas, com o crescimento da procura, haverá pressão na demanda dos serviços e redes públicas.
O urbanismo e história das cidades têm nos ensinado que quando o crescimento é organizado e planejado com antecedência e competência, o desenvolvimento tende a ser sustentável e longevo.
Ernesto Carvalho é Arquiteto e Urbanista, Doutor em Urbanismo e docente da Unijorge
O Boom do Litoral Norte é uma realização do jornal Correio com o patrocínio do Iberostar e da Prima Empreendimentos.