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Da Redação
Publicado em 29 de março de 2019 às 05:00
- Atualizado há um ano
O sol emite sua luz. Como essa luz chega aos nossos olhos? Quando encontra uma matéria que a reflete. Ao que os olhos veem, o coração reage. Como isso acontece em Salvador? Onde fica Salvador? Fica numa península, numa latitude de aproximadamente 13 graus ao sul do Equador.
Faceada pelo Oceano Atlântico e pela Baía de Todos os Santos. Baía de Todos os Santos? Sim, a segunda maior baía deste planeta! É muita água, muito brilho, muita luz! E essa proximidade com o mar lhe confere muita umidade no ar, por isso também muitas nuvens no céu, que muitas vezes potencializam essa claridade.
Vale mencionar que apesar da costa brasileira ser voltada para o nascente, em Salvador temos a oportunidade de ver o por do sol no horizonte da Baía de Todos os Santos. Tudo isso faz de Salvador uma cidade especial? Claro, afinal todo lugar é especial. E Salvador é o que é. Com muita beleza natural. E que sempre encantou e continua encantando quem a descobre.
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E os arquitetos, sabem aproveitar essa luz? Deveriam! Afinal, a luz é maravilhosa. Mas há que ser respeitada, compreendida, dosada. A luz entra nos edifícios através das janelas abertas, ou de superfícies transparentes. E lá dentro se distribui e redistribui através das superfícies, ganhando mais ou menos intensidade. E assim modela os espaços... Como é bom não precisarmos de luzes artificiais durante o dia!
Percebermos a hora do dia apenas pela luz. E a luz natural é a mais completa, pois contém todas as cores. E quando se refrata nos surpreende com seus múltiplos tons. Mas o excesso de luz também incomoda, pois pode ofuscar, atrapalhar a visão, além de aquecer. Quando o arquiteto considera qual a iluminação adequada para um determinado lugar, e busca os meios para alcançá-la, o resultado deve ser gratificante.
E em Salvador, que exemplos poderíamos citar? Na arquitetura religiosa barroca temos a discreta luz natural que chega pelas pequenas aberturas e se evidencia através do contraste com as superfícies sombreadas. Ou nos pátios internos de conventos que também filtram e evidenciam a luz. Ou na arquitetura de influencia modernista, com tecnologia que já permite a ampla entrada de luz através das aberturas, mas que se preocupa também em criar elementos de sombreamento, sem esquecer a livre passagem da ventilação, fundamental ao nosso clima.
Destaco aqui o edifício da biblioteca da Escola Parque, de autoria do arquiteto Diógenes Rebouças, construída nos anos de 1960 no bairro da Caixa D´Água. Mais recentemente temos muitos exemplares de edifícios projetados pelo arquiteto João Filgueiras Lima (Lelé), com seus emblemáticos elementos arquitetônicos que promovem a circulação do ar, barrando a radiação solar direta, mas aproveitando a luz natural difusa.
Valem os exemplos citados, mas numa cidade tão diversa como Salvador, se prestarmos atenção à nossa volta, há sempre o que apreender com a luz.
Márcia Freire é arquiteta, professora da Faculdade de Arquitetura da Ufba e tem doutorado em iluminação natural.
Opiniões e conceitos expressos nos artigos são de responsabilidade dos autores