Salvador também é a cidade do esporte

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  • Miro Palma

Publicado em 29 de março de 2019 às 05:00

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Canso de ouvir por aí que Salvador é a cidade da música. Até um título da Unesco, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, reconhecendo essa máxima, a cidade ganhou em 2015. Não à toa, afinal, essa é uma terra fértil para os mais distintos gêneros musicais. Mas, com 470 anos nas costas - comemorados hoje, inclusive -, seria um tanto injusto reduzir a capital baiana à somente uma de suas características. Salvador é tão abundante que para cada um há uma Salvador diferente. Para mim, por exemplo, Salvador poderia ser a cidade do esporte. E se ainda não é, é porque não conseguem enxergar o seu potencial. Vejo isso em cada esquina.

Eu, aficionado por futebol, posso ficar no centro, na Fonte Nova, ir pra Canabrava, no Barradão, ou ainda passar em Pituaçu para acompanhar uma partida do Bahia, Vitória, Ypiranga, Galícia... E se for para jogar, tem sempre um baba rolando solto em qualquer lugar com uma superfície plana, como no Campo do Lasca, lá na Ribeira, no Campo de São Cristóvão e no Campo da Boca do Rio. E até em superfícies nem tão planas assim, como os babas na areia das praias de Itapuã, Amaralina e tantas outras. 

Se tiver uma rede sobrando, dá pra bater aquele futevôlei lá no Porto da Barra ou na Arena do Imbuí. E se mudar a bola, dá pra jogar vôlei lá no Jardim de Alah. Se quiser, dá até pra trocar a bola por uma peteca e se divertir no Porto da Barra também. Quem tem habilidade com as raquetes pode se arriscar no tênis nas quadras da Boca do Rio. Ou ainda, voltar às praias para o ágil frescobol. Que tal na Praia de Armação ou com a galera do Buracão, no Rio Vermelho? E se o assunto não é rede nem raquete, é cesta, bora lá em Cajazeiras no Ginásio Poliesportivo, o xodó do bairro. 

Lá na Ponta de Humaitá, dá para testar o equilíbrio no slackline sobre as águas da Baía de Todos os Santos. Aliás, essas águas acolhem de tudo. Desde o mergulho na praia da Barra, passando pelas práticas da Vela e da Regata que cortam a Praia da Gamboa, até a travessia a nado Salvador-Mar Grande. Por falar em natação, não dá pra esquecer da Piscina Olímpica da Pituba. E se for remar, é só escolher: quer a água doce da Lagoa de Pituaçu ou a salgada do mar do Comércio? 

Trocando o barco pelo pranchão, tem como remar de stand up paddle na Barra e em Itapuã. E se quiser abandonar o remo e ficar só com a prancha, o surfe tem os mais diversos picos por aqui nas praias de Jaguaribe, Corsário, Piatã, Stella Maris, Praia do Flamengo, Aleluia...

O skate, que virou esporte com presença garantida na Olimpíada de Tóquio, em 2020, há muito tempo reina na praça João Mangabeira, nos Barris, no Jardim dos Namorados, na Pituba, e no Parque da Cidade, no Itaigara. Com mais velocidade, o ciclismo tem deixado sua marca em cada canto da cidade. Nas ciclovias, nas pistas, em passeios solo ou em grandes grupos, os ciclistas cruzam do Aeroporto ao Bonfim. 

E para render mais quilometragem só mesmo uma maratona. Pois, essa também temos. Temos maratona, meia, uma milha, 10 km, 5 km, 3 km nas mais diferentes provas que ocupam praticamente todos os finais de semana soteropolitanos. Largada no Jardim de Alah, no Jardim dos Namorados, no Farol da Barra, no de Itapuã também, não sobra um espaço que não seja ocupado por corredores de rua.

Assim como a música e tantas outras expressões artísticas, a prática esportiva é parte fundamental do dia a dia de quem vive em Salvador. Ela é, inclusive, importante para o desenvolvimento social e econômico da cidade. Porque, além de movimentar a economia gerando empregos, impulsionando o turismo etc., ela faz com que as pessoas ocupem cada vez mais o espaço público e criem o sentimento de pertencimento com o local. Então, eu não tenho dúvidas: Salvador é, também, a cidade do esporte.

Miro Palma é subeditor de Esporte e escreve às sextas-feiras