Acesse sua conta
Ainda não é assinante?
Ao continuar, você concorda com a nossa Política de Privacidade
ou
Entre com o Google
Alterar senha
Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.
Recuperar senha
Preencha o campo abaixo com seu email.

Já tem uma conta? Entre
Alterar senha
Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.
Dados não encontrados!
Você ainda não é nosso assinante!
Mas é facil resolver isso, clique abaixo e veja como fazer parte da comunidade Correio *
ASSINE

Salvadores da alegria!

  • D
  • Da Redação

Publicado em 30 de março de 2021 às 05:00

 - Atualizado há 2 anos

. Crédito: .

Salvador, tua lindeza Contagia de alegria O povo que aqui nasce E os que buscam estadia Não conseguem compreender De onde vem essa energia.

‘Tá no mapa desenhada O clitóris do Brasil. É a fonte do prazer Dessa terra varonil. Bahia, a feliz cidade, É Salvador bem gentil.

O bom trato ao visitante Que aqui vem se divertir Ou respirar a história Que circula por aí, É o retrato da sua gente Que vive do exprimir

Tua cultura latente Que ‘tá na pele africana, Na língua viva dos índios, Na força branca da cana, Cuja mancha do passado Forjou a fibra baiana.

Só de boa, todos vivem Sem preguiça no sorriso, Expondo a felicidade Com incisivos e sisos, Nem no trabalho braçal Que na luta é preciso.

Mesmo tortas tuas ruas, Engarrafadas na guerra Do cotidiano trânsito, Esperança não encerra, Renasce no ambulante Que recria essa terra.

Em oito léguas de praias, De Paripe ao Flamengo, Tomando sol na cabeça E espalhando seu dengo, Não perde oportunidade, Usa muito bem o quengo. São os empreendedores Que ocupam as calçadas. Vendem de tudo um pouco, Até água ensacada. Invadem os coletivos Com poesia e palhaçada.

A garota que rebola Indo em cima e no fundo. O garoto sem escola Chamado de vagabundo Com o cabelo desenhado Sonha em conquistar o mundo:

Vendendo o cafezinho Como quem pilota um Trio. Pendurado na encosta Faça chuva ou estio. Sempre com o riso ligado, Tenha fome ou fastio.

O acarajé da baiana Espalha os seus aromas Por cada canto e ladeira Com sabores e idiomas Pra turistas e nativos Na sua fluida redoma.

Espremidos, enlatados, Sorriem e gritam felizes: - Esta cidade é nossa, Independente  de crises, Na amplidão de edifícios Vivemos sob marquises.

De onde vem tanta força Que a tantos contagia? Na crença em todos os santos E no brilho da magia. Na maresia que exala As ondas dessa baía.

É a mestiçagem louvada Por Jorge, João e Sodré. Os povos diasporados Em navios e a pé. A mistura de humildade, De esperança e fé.

Jotacê Freitas é cordelistaOpiniões e conceitos expressos nos artigos são de responsabilidade dos autores