Sarí foi ouvida antes de delegacia abrir por temor de agressões, diz polícia

Pedido foi feito pela defesa; mãe de menino Miguel foi à delegacia

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Publicado em 29 de junho de 2020 às 13:49

- Atualizado há um ano

. Crédito: JC Imagem

A antecipação do horário de abertura da Delegacia de Santo Amaro para que a empresária Sarí Côrte Real fosse ouvida pela polícia foi um pedido formal feito pela defesa dela. Foi o que apurou o Ronda JC, na manhã desta segunda-feira (29). A Polícia Civil de Pernambuco, por meio de nota oficial, confirmou a informação obtida pela coluna.

A mudança de horário foi justificada para evitar possíveis tumultos em frente à unidade policial, inclusive para garantir a integridade física de todos. Mas, ao saber do depoimento, a mãe de Miguel, parentes e muita gente aguarda na frente da delegacia a saída de Sarí.

"Os advogados da acusada apresentaram requerimento ao delegado que preside o inquérito policial solicitando a realização do depoimento em horário mais cedo que o de início do expediente da unidade policial. Considerando os argumentos relativos à possibilidade de aglomeração de pessoas e o risco de agressão à depoente por parte de populares, o delegado deferiu o requerimento"", disse a nota da Polícia Civil. 

O depoimento de Sarí começou por volta das 6h, cerca de duas horas antes do expediente da delegacia. Ela é investigada pela morte de Miguel Otávio Santana da Silva, de 5 anos, que caiu de uma altura de 35 metros do Condomínio Píer Maurício de Nassau, na área central do Recife, no dia 02 de junho.

O horário de expediente da delegacia começa às 8h da manhã. Mas, antes das 6h, o delegado Ramon Teixeira chegou à unidade policial. Pouco depois, Sarí e o marido, o prefeito de Tamandaré Sérgio Hacker (PSB), chegaram à delegacia. O objetivo, claro, foi despistar os jornalistas que há dias fazem plantão no local.

Na noite da sexta-feira passada, o delegado recebeu os laudos da perícia feita no prédio onde Miguel caiu. O resultado das perícias não foi revelado ainda. Também na sexta-feira, a mãe de Miguel, Mirtes Renata Santana de Souza, foi ouvida pelo delegado. Ela saiu sem falar detalhes do depoimento, mas contou que Ramon Teixeira prometeu uma coletiva de imprensa ao final das investigações.

A previsão é de que o inquérito seja concluído até quinta-feira.

O caso O menino Miguel era filho de Mirtes, empregada doméstica de Sarí Côrte Real, esposa do prefeito de Tamandaré. Mirtes havia deixado o filho sob a responsabilidade da patroa e desceu para passear na rua com o cachorro da família. Ao voltar para o prédio, ela se deparou com o filho praticamente morto. Miguel morreu no Hospital da Restauração. Para a mãe de Miguel, faltou paciência da patroa com o filho.