Se continuar como está, outras empresas de ônibus vão quebrar, diz Bruno Reis

Queda de passageiros e aumento nos preços de insumos não deixam conta fechar, afirma

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  • Da Redação

Publicado em 10 de fevereiro de 2022 às 12:47

- Atualizado há um ano

. Crédito: Arquivo CORREIO

O prefeito Bruno Reis reafirmou nesta quinta-feira (10) que os aumentos nos preços de insumos ligados ao transporte público tornam impossível para Salvador pagar a conta do sistema e ajuda federal é necessária. Ele também fez um apelo para diminuição de cobrança do ICMS pelo governo estadual para "ajudar a fechar a conta". Segundo Bruno, ainda não está confirmado se haverá aumento na tarifa, nem de quanto, mas sem subsídio a prefeitura não terá como arcar com os custos do reajuste contratual. "Não queremos dar (aumento), mas que se formos obrigados a dar, (será) um reajuste que a população possa pagar", disse o prefeito.

"O maior problema dos prefeitos hoje é o transporte público. Aglomerações em horário de pico é em todo Brasil. Manifestações em todo Brasil diariamente de empresas que estão quebrando. É um fato, a tarifa não remunera mais o sistema. Por que isso? Porque diminuiu significativamente o número de passageiros transportados e aumentou muito os insumos. Um ônibus que era R$ 400 mil foi para R$ 600 mil. Um pneu que era R$ 700 foi para R$ 1,2 mil. Combustível aumentou 73%. E quem paga essa conta? A prefeitura não tem condições de pagar", afirmou ele, durante evento em Itapuã.

Segundo ele, a Frente Nacional dos Prefeitos continua fazendo reuniões e pressão por ajuda do governo federal. "De um lado a população não aguenta mais pagar um valor elevado por um serviço que é ruim mesmo. Já quebrou aqui em Salvador, vocês viram, né? Uma empresa quebrar em 2020 e a prefeitura teve que assumir. Se continuar do jeito que vai, as outras bacias vão quebrar e vão entregar o problema para prefeitura. Temos que achar uma solução. E esse é um problema de todo Brasil", destacou.

Bruno afirmou temer que cenas como em 2013, quando houve aumento de tarifa, greve geral e protestos generalizados na capital, se repitam. "Porque não há outra alternativa caso não tenha ajuda federal. E isenção de ICMS. Não pode pagar 17% de ICMS. O governo do estado também precisa abrir mão nesse momento de parte da sua arrecadação para ajudar a fechar essa conta", disse. "Não há nada definido em relação a quando terá o aumento e qual valor será. Mas existe um contrato que prevê reajuste anual. Você tem critérios, uma base de cálculo, que leva em consideração uma série de fatores, como inflação do período, aumento dos insumos, tudo isso compõe essa base de cálculo e acaba influenciando nessa conta", explicou.

Na próxima semana, um projeto de lei tratando do subsídio para o transporte público deve ir a votação no Senado, disse. "O que nós esperamos, prefeitos que seguraram o reajuste, deram a palavra ao governo federal que caso venha o subsídio, não teremos aumento esse ano. Hoje o presidente do Senado anuncia que vai votar semana que vem esse PL para subsidiar o transporte público. Se o subsídio não vier, todos nós prefeitos estamos obrigados a cumprir os contratos, que têm força de lei. E aí teremos, óbvio, que negociar um reajuste, como ocorre todo ano", finalizou.