Sem acordo com prefeitura, professores de Salvador decidem continuar em greve

Categoria pede reajuste salarial de 23%; prefeitura oferece 6%, somado a dois avanços de nível

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  • Da Redação

Publicado em 27 de maio de 2022 às 13:24

. Crédito: Divulgação/APLB Sindicato

A greve dos professores de Salvador completa nove dias nesta sexta-feira (27). Em uma nova assembleia realizada hoje, a categoria novamente votou pela manutenção do movimento, que tem como principal pauta o reajuste salarial dos profissionais da educação. Na quarta-feira (25), o grupo havia decidido por encaminhar ao Executivo municipal uma nova proposta, com solicitação de reajuste de 23% mais duas referências. O cumprimento do piso nacional aos servidores da educação na capital também é motivo de divergência nas negociações com o Executivo. 

Em entrevista, a vice-prefeita Ana Paula Matos (PDT) afirmou que a prefeitura de Salvador já remunera os servidores com valor acima do piso nacional, com respaldo dado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Disse que a mesa de negociação segue aberta: “Nós já concordamos com a proposta que nos foi dada pelo sindicato. Se os professores entenderem que é preciso avançar na negociação, que avancemos. Mas deixando salas de aula abertas”, condicionou.

“É importante que a gente esclareça conceitos e saia dessa guerra de narrativas. Salvador já paga acima do piso, que isso fique claro. Foi determinado como novo piso nacional o valor de R$ 3.845,63. Nós pagamos um salário-base de R$ 2.485, mais duas gratificações permanentes, que toda a categoria recebe. Uma de magistério, de R$ 1.118,42, e outra de atividade de classe. Somando tudo, dá R$ 4.394,40. Ou seja, muito acima do piso nacional”, disse em entrevista à rádio Metrópole FM. O valor da remuneração da capital é 12,5% maior do que o piso nacional. 

O piso salarial nacional se refere a professores em regime de 40 horas semanais. “Alguns professores podem eventualmente apresentar contracheques de 20 horas semanais. Quem trabalha a metade do tempo, vai ganhar a metade do salário, é óbvio. Então a discussão é em torno dos que trabalham 40 horas”, completou Ana Paula.

A gestora afirma que a prefeitura aceitou a proposta da APLB Sindicato.  “A proposta inicial da Prefeitura foi de 4%. A APLB, em mesa de negociação, chegou à proposta, sinalizando acordo de 6%, mais dois avanços de nível, que dá 11,37%”, disse.

Segundo a diretora da APLB Sindicato, Elza Melo, a representação sindical foi, de fato, recebida pelo Executivo municipal, no entanto, a proposta mantida representa um “retrocesso” diante de outras rodadas de negociação. “O Executivo municipal retrocedeu na proposta, mantendo os 6%, mas retirando as duas referências automáticas. Isso foi mais uma razão para a manutenção da greve”, destaca. 

Na próxima segunda-feira (30), os servidores realizaram novas mobilizações, desta vez nos bairros Cajazeiras, Subúrbio, Itapuã, Pirajá e Liberdade. Na terça-feira (31), a mobilização acontecerá na Barra, finalizando com um abraço simbólico no Cristo. Já na quarta-feira (1), uma nova assembleia será realizada pela categoria.