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Eduardo Dias
Publicado em 3 de junho de 2019 às 10:32
- Atualizado há 2 anos
Depois de muitas tentativas para conseguir tomar a vacina contra a gripe, a manicure Ana Lúcia Nascimento, 49 anos, conseguiu ser imunizada nesta segunda-feira (3), quando as doses passaram a ser oferecidas para o píblico geral. Ela se encaixava no público-alvo da campanha nacional, encerrada na última sexta-feira (31), por ser hipertensa, mas sempre esbarrava no atendimento.>
"Tenho problemas de pressão, mas não me encaixavam no atendimento prioritário, mesmo eu vindo mais de uma vez tentar. Hoje, finalmente, eu consegui", relata.>
Apesar da dificuldade, Ana Lúcia não sofreu para ser vacinada nesta manhã. "Achei bastante tranquilo, porque muitas pessoas se acomodam e deixam de vir na data da campanha. Ficam esperando a doença chegar", disse.>
Na capital baiana, há 50 mil doses de vacina distribuídas nos 128 postos de saúde da cidade. O atendimento é das 8h às 17h e, em todas as unidades, o atendimento é feito por ordem de chegada, respeitando a fila de prioridade. Para consultar os locais de vacinação, basta ir ao site da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e escolher as opções USF e UBS - um mapa mostrará todas as unidades disponíveis na cidade. A ação terá duração até o dia 14 de junho, mas pode ser encerrada antes, caso acabem as doses.>
Quem também foi ao posto de saúde logo cedo foi o jornalista Moysés Suzart, 38. Ele, que compareceu ao 5º Centro de Saúde, no bairro do Garcia, foi atendimento rapidamente e falou sobre a importância de conscientizar a população. "A campanha é necessária, mas, mesmo assim, muita gente deixa de vir se vacinar por falta de informação. Eu soube na sexta que abriria o atendimento para o público geral e tratei de vir logo. O atendimento foi bem rápido. Para evitar algo pior, temos que nos prevenir", disse.>
Já a estudante de psicologia, Aline Lima, 22, que também esteve o posto de saúde, se vacinou por recomendação médica. "Por estar remissão de um tratamento de câncer há 3 anos, faço acompanhamento semestral. Então, isso me coloca no grupo de risco e recebo indicações médicas de algumas vacinas. A de influenza é uma delas, Achei a campanha deste ano bem mais divulgada. Peguei uma fila pequena, não esperei nem 20 minutos", revelou.>
Falta de conscientização De acordo com Coordenadora de Imunização de Salvador, Doiane Lemos, a campanha tem como objetivo reduzir as complicações e o índice de mortes causadas pelo vírus Influenza. Segundo ela, nos meses de abril e maio foi feito um monitoramento do número de casos já confirmados e o número dos óbitos.>
"Na última sexta-feira (31), divulgamos um óbito pela influenza B, que a vacina também protege. Analisando as coberturas vacinais, verificou-se que não estava havendo uma devida adesão por parte da população prioritária".>
De acordo com boletim divulgado pela Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab), o estado já registrou 11 mortes por Influenza. Foram seis por H1N1, três por H3N2, uma por Influenza B e outra por Influenza A não subtipada. Todos os óbitos ocorreram em Salvador.>
Apesar do número de mortes, Doiane Lemos acredita que a população ainda precisa se conscientizar mais. "Não percebemos uma certa sensibilidade da população quanto aos óbitos. Mas, a partir de hoje, começamos a receber uma procura mista, tanto prioritários quando geral, a população teve aceso à informação da ampliação e já temos notado que o comparecimento é possível de ser visto", contou.>
Na Bahia, durante a Campanha Nacional de Vacinação contra a Gripe, de 10 de abril a 31 de maio, 71,79% do público-alvo foi vacinado - a meta era 90%. Significa que 2.576.453 de pessoas foram imunizadas. Já Salvador vacinou 81% - 583 mil pessoas. A dose protege contra os vírus H1N1, H3N2 e uma cepa de Influenza B e precisa de um intervalo de duas a três semanas para ativar o efeito.Quem pode se vacinar? De acordo com o infectologista Antônio Bandeira, quem tem idade superior a seis meses já pode ser imunizado. Só não devem ser imunizadas aquelas pessoas que têm alergia a ovo. Ele explica que, na produção do medicamento, as partículas de vírus incluídas na vacina são cultivadas dentro do ovo. Se a alergia for leve, no entanto, não há restrição.>
Alem disso, pessoas que já apresentaram crise alérgica grave (anafilaxia) ou reagiram mal a doses anteriores da mesma vacina devem procurar um médico para receber orientações.>
Quem está resfriado e com sintomas moderados ou graves de uma possível infecção também deve esperar uma melhora para ser imunizado.>
Mitos e verdades sobre vacinação contra a gripe*:>
1 – Vírus da gripe causa gripe Mito: Isso é impossível. A vacina contra a gripe é feita com o vírus morto. Portanto, é 100% segura e incapaz de provocar a doença nas pessoas que são vacinadas.>
2 – Basta vacinar apenas uma vez e está imunizado para sempre? Mito: É preciso tomar a vacina todos os anos. Primeiro porque a imunidade da vacina se mantém por um período de aproximadamente 12 meses. Segundo, porque a cada ano temos vírus diferentes, que causam diferentes tipos de gripe, e a vacina é produzida a partir dos vírus que estão mais propensos a aparecer durante o período de vacinação.>
De acordo com a resolução da ANVISA, a vacina de influenza trivalente de 2019 deverá conter os seguintes vírus:Influenza A (H1N1) Influenza A (H3N2) Influenza B, Victoria. 3 – Gripes e resfriados são doenças diferentes? Verdade: Embora os sintomas sejam muito parecidos, os vírus que causam a gripe e o resfriado são diferentes. A gripe é uma doença mais grave, que causa febre alta, dores musculares, dor de cabeça, dor de garganta e exige mais cuidados para não evoluir para uma pneumonia. Já o resfriado é mais brando e dura menos tempo.>
4 – Grávidas não podem tomar vacina Mito: Pelo contrário. É muito importante a vacinação das grávidas, pois quando a mãe é vacinada o bebê também fica protegido. Grávidas a partir do terceiro mês de gestação podem — e devem — tomar a vacina contra a gripe. Por estarem mais suscetíveis a infecções, como gripes e resfriados.>
5 – A gripe pode matar! Verdade: Se não for tratada a tempo, a gripe pode causar complicações graves e levar à morte, principalmente nos grupos de alto risco como pessoas com mais de 60 anos, crianças menores de cinco anos, gestantes e doentes crônicos.>
6 – A vacina é a única forma de se proteger contra a gripe. Mito: A vacina contra a gripe é a melhor e mais segura forma de se proteger contra a doença. Porém, existem outras medidas importantes que ajudam na prevenção: Lavagem das mãos várias vezes ao dia, principalmente antes de consumir algum alimento; Evitar tocar a face com as mãos e proteger a tosse e o espirro com lenço descartável; Utilizar lenço descartável para higiene nasal; Cobrir nariz e boca quando espirrar ou tos-sir; Evitar tocar mucosas de olhos, nariz e boca; Higienizar as mãos após tossir ou espirrar; Não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas; Manter os ambientes bem ventilados; Evitar contato próximo a pessoas que apre-sentem sinais ou sintomas de influenza; Evitar sair de casa em período de transmis-são da doença; Evitar aglomerações e ambientes fechados (procurar manter os ambientes ventilados); Adotar hábitos saudáveis, como alimenta-ção. balanceada e ingestão de líquidos. (Fonte: Ministério da Saúde). * Com supervisão da chefe de reportagem Perla Ribeiro>