Sem hora marcada, ferry boat gera filas nos horários de pico

Por conta da pandemia, apenas oito viagens saindo de Salvador estão sendo feitas; capacidade nos barcos foi reduzida em 50%

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  • Vinicius Harfush

Publicado em 30 de abril de 2020 às 05:45

- Atualizado há um ano

. Crédito: Arquivo CORREIO

Principal ligação entre Salvador e os municípios de Vera Cruz e Itaparica, o ferry boat vem funcionando em horário especial durante a pandemia. Em datas próximas dos feriados, é comum a procura ficar maior. E, mesmo com o coronavírus, foi registrado um grande movimento no acesso dos passageiros para embarcar no ferry durante a manhã desta quarta-feira (29), que reproduziu cenas já vistas em outros espaços com aglomeração na capital, como o desrespeito da distância mínima nas filas. 

Segundo a assessoria da Internacional Travessias, empresa que opera o ferry na capital, a concentração de pessoas para embarcar acontece mais pela manhã e no final do dia, devido ao início e fim das jornadas de trabalho de quem faz a travessia quase que diariamente. Por uma determinação da Agerba, a Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Energia, Transportes e Comunicações da Bahia, o ferry agora funciona com horários restritos espaçados. As primeiras viagens do dia acontecem às seis, sete e oito da manhã, depois às 12h e 14h e, por fim, as viagens da noite que são às 18h, 19h e 20h. 

A Internacional Travessias informou que, em condições normais, eram realizadas 38 viagens - considerando saídas do terminal de São Joaquim e de Bom Despacho - e agora são apenas 16 (oito de cada lado), sempre de segunda a sexta, exceto feriados. Tem sido assim desde o final de março. As viagens com hora marcada estão suspensas, e é possível comprar apenas uma passagem por pessoa, no veículo ou para os pedestres.  

Apesar de não ter sido notificada nenhum ocorrido mais grave, a empresa tem trabalhado para conscientizar a população sobre a real necessidade de fazer a travessia em tempos de covid-19. Além de ações como delimitar o espaço nas filas - que nem sempre são respeitados - as cadeiras dentro do barco também estão marcadas, evitando que as pessoas sentem uma ao lado das outras. Isso é possível pois a capacidade cada um dos barcos foi reduzida em 50%, ou seja, os ferrys de pequeno porte comportam agora, em média, até 26 veículos, enquanto os maiores até 75. 

Além disso, nas plataformas de embarque, um monitor mostra o fluxo de compra das passagens, para alertar aos passageiros se a embarcação está lotada ou não, evitando uma espera desnecessária para a próxima viagem. Tudo isso para reforçar para a população que o uso do transporte marítimo deve ser evitado sempre que possível, atendendo principalmente para aqueles que dependem da travessia para o trabalho, ou para serviços mais essenciais, com ambulâncias ou transporte de cargas. 

*Com orientação da subeditora Clarissa Pacheco