Senado corta salário e recolhe carro oficial de Aécio Neves

Medidas cumprem determinação do Supremo Tribunal Federal. Tucano é acusado de receber R$ 2 milhões em propinas pagas pela JBS

  • D
  • Da Redação

Publicado em 14 de junho de 2017 às 14:00

- Atualizado há um ano

O Senado comunicou hoje (14/6) o Supremo Tribunal Federal (STF) que suspendeu o salário e a verba indenizatória de Aécio Neves (PSDB-MG) devido ao afastamento do senador determinado por decisão daquela Corte. O carro oficial também foi recolhido. As informações foram enviadas por ofício pelo presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), ao ministro Marco Aurélio Mello, relator do recurso de afastamento de Aécio que tramita no Supremo.

Eunício alega que as medidas foram tomadas em 18 de maio, mesma data de afastamento de Aécio por decisão liminar do ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF. Aécio foi citado na delação da JBS como beneficiário de uma propina de R$ 2 milhões. Ele nega, afirmando que foi vítima de uma armadilha depois de tentar vender um apartamento da mãe para pagar advogados contratados para lhe defender de outras acusações feitas pela no âmbito da lava Jato. 

Nesta quarta-feira, o Senado também apagou o nome do tucano do painel de votações do plenário e passou a identificar o senador como "afastado por decisão judicial" no site oficial da Casa. É a primeira vez que o Senado torna públicas as medidas que tomou em razão do afastamento de Aécio. Até a terça-feira (13/6), o presidente do Senado, assim como a Mesa Diretora da Casa, não haviam sido claros sobre quais seriam as limitações do afastamento de Aécio. Na ocasião não havia qualquer indicação de corte salarial ou de benefícios. Na segunda-feira (12/6), o Senado publicou uma nota em que dizia que cabia ao STF esclarecer o que caracteriza o afastamento do senador. A posição foi vista como uma forma de enfrentamento à decisão judicial e criticada pelo ministro Marco Aurélio.

Ontem, o STF negou pedido de habeas corpus que retiraria a irmão do senador - Andrea Neves - da prisão. Ela foi presa também acusada de pedir propina ao empresário Joesley Batista, um dos donos da JBS. O Tribunal também anunciou que julgará o pedido de prisão de Aécio na semana que vem, provavelmente na terça-feira (20/6).